Diálogo entre o comunista e o neoliberal
publicidade
– Precisamos de um Estado forte – diz o neoliberal.
– Ué, você não deveria propor o contrário? – espanta-se o comunista.
– Um Estado forte como a China – completa o neoliberal.
– Ah, entendi!
– Só um Estado máximo pode garantir um Estado mínimo.
– Economiza, economiza, já entendi– reage o comunista.
–Podemos negociar – emenda o neoliberal.
– De nossa parte, precisamos do fim de todo protecionismo econômico – afirma o comunista.
– Puxa, pensei que isso fosse parte do credo capitalista.
– Não deve existir limite algum à circulação de mercadorias. Só assim a China comunista poderá dominar o mundo.
– Entendi – entusiasma-se o neoliberal. – Sem greves nem black blocs.
– Capitalismo de Estado, estágio superior do comunismo – triunfa o comunista.
– Comunismo mercantilista , etapa de transição do liberalismo. E viva o laissez-faire.
– Laissez-faire, mas sem fazer baderna – completa o comunista.
– Isso aí. A liberdade econômica não pode ser confundida com esculhambação.
– Enfim chegamos a um entendimento.
– Não fosse aquele tal de Marx e isso já teria acontecido antes.
– O Adam também atrapalhou com aquela história de mão invisível.
– É verdade. Sem a mão bem visível do Estado não há capitalismo que prospere.
– A mão só deve ser invisível na hora de pagar propina.
Houve uma interrupção na gravação.