Flavio Josefo e a wikipédia

Flavio Josefo e a wikipédia

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Sujeito me ataca. Diz:

"Além do mais não se pode absolutamente dar ouvidos a uma pessoa  que mente descaradamente. Os êxodos e os exílios dos judeus estão presentes não apenas na memória nacional deste ovo, mas sobretudo estão fartamente documentados nas duas obras do historiador romano Flavius Josefus: “Guerra dos judeus contra os romenos”, e, sobretudo, em “A história antiga dos judeus”; Flavius, ao contrário do vigarista que você toma como modelo dogmático, é um observador insuspeito, justamente por não ser judeu".

Retiro o exemplar da  vida do homem da estante. A tarde passa deliciosa como outrora. Mas rebato wikipedianamente para continuar na onda: 

"As informações de que dispomos sobre a sua vida provêm principalmente de sua auto-biografia (Vida de Flávio Josefo). Josefo, que se apresentou em grego como Iósepos (??s?p??), filho de Matias, sacerdote judaico,[6 teria nascido em Jerusalém numa família de cohanim (sacerdotes), onde teria recebido uma educação sólida na Torá. Sua mãe descendia da família real dos Hasmoneus. Aos treze anos de idade, ele iniciou o seu aprendizado sobre três das quatro seitas judaicas: saduceus, fariseus e essênios optando aos dezenove anos de idade por aderir ao farisaísmo".

Obs: há sempre uma saída e eu a imagino...

Belo personagem:

"Julho de 67 da nossa era. Há 14 meses desencadeia-se a guerra entre judeus e romanos. Depois de 47 dias de cerco, as tropas de Vespasiano conseguem tomar e destruir Jotápata, uma praça forte na Galiléia. Josefo, com 30 anos de idade, defensor da cidade e chefe dos revoltosos da Galiléia, refugia-se numa cisterna profunda junto com 40 companheiros. O esconderijo é descoberto. Vespasiano convida Josefo a se render, prometendo-lhe que sua vida será salva. Diante de seus companheiros, aceitar tal proposta seria uma traição: todos prefeririam morrer a se entregar”. Josefo dissuadiu-os do suicídio e propôs estrangularem-se reciprocamente segundo uma ordem determinada pela sorte. Restaram vivos somente ele e um companheiro, como ele mesmo tenta explicar, constrangido, em Guerra III, 387-391: “Não sei se deveríamos dizer que por efeito do acaso ou da Providência Divina”. Teria havido um truque ao tirar a sorte? Josefo se entrega a Vespasiano e prediz que ele ostentaria em breve a púrpura imperial; quando isto se confirmou, foi liberto, como recompensa por sua previsão. O ex-prisioneiro passou para o lado dos vencedores. Terminada a guerra, tornou-se cidadão romano. De acordo com o costume local, adotou o nome de família de seu protetor, Flávio, de onde resultou o cognome pelo qual ficou conhecido na história e na literatura: Flávio Josefo. A partir daí, tornou-se caudilho romano; depois do esmagamento da revolta, foi contemplado com algumas propriedades confiscadas na Judéia, mas viveu em Roma o resto da vida. Rico e considerado".

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