Golpe das reformas eleitorais

Golpe das reformas eleitorais

publicidade

Não existe sistema eleitoral perfeito.

Mais imperfeitos ainda são os motivos dos políticos para mudá-los.

Cozinha-se no Congresso Nacional a adoção do distritão, sistema usado no grande Afeganistão.

Vejamos os defeitos e qualidades de cada sistema.

Proporcional com coligações (adotado no Brasil atualmente):

– vota-se em Che Guevara e elege-se Pinochet.

– permite que o menos votado entre no lugar do mais votado.

– favorece a multiplicação das candidaturas, mas não garante a renovação dos eleitos.

– dá espaço para as minorias, mas privilegia a maioria com dinheiro.

– Consagra os puxadores de votos como Tiririca e as celebridades midiáticas como Romário.

Voto distrital puro:

– reduz o número de partidos e de candidatos (para que dividir os votos?).

– elimina as minorias.

– Se dez candidatos se elegem com 51% dos votos, 49% dos eleitores ficam sem representação.

– favorece a fraude no desenho dos distritos.

– barateia as campanhas e fortalece o controle do eleito pelo eleitor.

– facilita pela proximidade a pressão do eleito sobre o eleitor.

Distritão:

– Ganha quem fizer mais votos (acaba o formulismo).

– Sendo cada Estado um enorme distrito, a campanha fica mais cara e cansativa.

– Levará os partidos a diminuírem as candidaturas, apresentando só aqueles com chance de eleição ou até mesmo só aqueles que deseja ver eleitos, ou seja, os que já estão eleitos e querem se reeleger.

– Acaba com o puxador de votos. Tiririca continua se elegendo, mas não leva ninguém com ele.

– Se de um de total de três milhões de votos um candidato faz dois milhão de sufrágios, os demais dividirão a sobra. Haverá supereleitos e subeleitos. Exatamente como já acontece.

Distrital misto:

– concilia os defeitos do distrital puro com os defeitos da proporcional com lista fechada.

Lista fechada:

– Sonho de consumo dos caciques partidários. Fortalece os partidos e mais do que eles os seus donos. O eleitor não escolhe mais quem quer ver eleito, mas compra um pacote cheios de jabutis com seus postes.

*

Parlamentarismo: modalidade preferida pelo PSDB quando sente que vai perder a eleição presidencial.

Semipresidencialismo: modalidade preferida pelo PMDB quando precisa do parlamento para golpear.

 

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895