Indenizações pelas rádios "requisitadas"

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“HISTÓRIA DA COMPRA DA TV GAÚCHA (RBS) SEGUNDO BRENO CALDAS, DIRETOR DO CORREIO DO POVO, publicada no livro “Breno Caldas- Meio Século de Correio do Povo”, editora L&PM, 1987.
Breno Caldas - Não, no início era só a Guaíba. Só a Guaíba foi requisitada, ou então “encampada”, como disse o Brizola. As outras estações ficaram no ora veja. Aquele fato político da Legalidade teve uma repercussão enorme, as pessoas acompanhavam cada passo, cada lance, a audiência era expressiva. Aí a Rádio Gaúcha resolveu aderir ao negócio, pediu para entrar …e entrou. Depois de tudo, aconteceu um fato curioso. Um dia apareceu lá na Guaíba um diretor do Banco do Rio Grande e queria me dar dinheiro: disse que estava lá por ordem do governador para fornecer recursos, os recursos que eu precisasse, a título de indenização pela ocupação da rádio. Eu disse que não precisava, que não queria ….ele ficou surpreso: “Mas o que é que eu vou dizer ao governador?” “Diga que eu não quero dinheiro. No fim da ocupação, eu vou mandar uma conta, uma conta detalhada, correspondente exatamente às horas que ele ocupou a rádio.” E, realmente, quando terminou o negócio, nós fizemos lá as contas de quantas horas a rádio ficou no ar a serviço da Legalidade e deu uma coisa ridícula… 25 contos de réis … Mandei a conta e eles pagaram. O nosso Maurício Sobrinho também resolveu mandar a conta da Gaúcha, embora a Gaúcha não tivesse sido requisitada ou encampada, mas sim tivesse aderido à Legalidade. Naquela época, o Maurício tinha comprado a TV Gaúcha do Balvé e lhe estava devendo 250 contos pelo período da Legalidade.  Então, na prática, o governo do Estado pagou a aquisição da TV Gaúcha…

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