João e o mundo
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Não suporta mais o peso da existência.
Tudo lhe pesa, tudo lhe parece sem sentido.
Tentou de tudo para superar a crise, mas não foi ouvido.
Antes de abandonar o seu quarto, examina o revólver, calibre 38, e a munição.
Quase pisa numa carrinho vermelho com a roda quebrada.
Avança resoluto. Ar sério, rosto crispado.
Em poucos dias, envelheceu terrivelmente.
Pega o ônibus em silêncio.
Entra na escola, caminha até a sala de aula e dispara contra a professora.
Em seguida, atira na própria cabeça.
João, o pistoleiro solitário, acaba de acertar as suas contas com o mundo.
Tinha dez anos de idade.