Kátia e Dilma, amigas de infância

Kátia e Dilma, amigas de infância

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O Brasil é insuperável. Para Roger Bastide, era o país dos contrastes. Para Nelson Rodrigues, era o país onde até puta se apaixona. Pelo cliente. Para a nova ministra da Agricultura, a fazendeira Kátia Abreu, é um país sem latifúndio.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Kátia Abreu deu a notícia do ano: não tem mais latifúndio no Brasil.

Se duvidar, será manchete internacional.

Kátia declarou também que é fã de Dilma Rousseff.

Dilma será madrinha de casamento de Kátia.

E assim se acabou também no Brasil a luta de classes.

Já não somos, como previa Stefan Zweig, o país do futuro. Somos o país do presente. Um país sem latifúndio, onde a presidente de esquerda e a senadora de direita compartilham o mesmo projeto e admiram-se mutuamente.

Kátia quer dialogar com o MST, quer fazer índio produzir e quer que o Estado dê meios de produção aos pequenos agricultores e aos assentados. Vai tomar o lugar de João Pedro Stédile. Só não quer invasões de terras.

Nosso único problema é que um jovem negro tem cinco vez mais chances de ser morto no Nordeste do que um branco. Kátia Abreu dá de ombros. Nada tem com isso. No Brasil, como se sabe, não há racismo.

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