Legalidade teve comando suicida: um depoimento inédito

Legalidade teve comando suicida: um depoimento inédito

publicidade

Porto Alegre, 24 de Agosto de 2011.

Relatório:
1 – Legalidade proclamada por Leonel de Moura Brizola via Rádio Guaíba

2 – BM – entra em prontidão geral ( pronta para qualquer escaramuça e outras que forem necessárias).

3 – Exército Brasileiro silencioso.

4 – Exército aguardava manifestação das suas unidades para tomar uma decisão de aderir ou não à Legalidade.

5 – Neste interregno o CIM ( Centro de Instrução Militar ) na época em plena prontidão recebe informações de que o Exército estaria tomando posição em cima do Morro da Polícia para previsível ataque contra o CIM que estava aquartelado no pé do morro.

6 – Nesta ocasião é feita uma reunião dos Oficiais com o comandante, e fazem o estudo da situação e resolvem preparar uma estratégia, da seguinte maneira: compor um grupo de combate sob o comando de um Capitão e de um 1º Tenente e 08 ( oito ) cadetes escolhidos pelos mesmos, devido serem ótimos atletas e desenvoltos.

7 – Só que esse grupo de combate especial comandado pelo Capitão Zilmar Silva e pelo Sub Comandante 1º Tenente Valdo Marques da Silva e os oito cadetes sendo que o atirador da arma automática mais pesada do grupo coube a mim, cadete Paulo Ubirajara Linhares, escolhido também pelos oficiais para conduzi-lá e usar a arma FMZB.

8 – Este Grupo de Combate seria suicida, pois caso tivesse contato com o exército no cimo do morro deviria abrir fogo e fazer desbordamento para o colo da represa e não para o lado do CIM, isto é, iria sempre ao encontro desse provável inimigo.

9 – O CIM todo em forma nesta ocasião, e o comandante Coronel Tomás Pereira de Vasconcelos, de Winchester à tiracolo e todos os oficiais em forma e o corpo de alunos em forma começou a chamar um por um dos escolhidos para essa missão suicida. Estava escurecendo e nesse caso tivesse contato com o inimigo o GC faria as seguintes situações:
a) Abriria fogo e desbordaria para o colo da represa indo ao encontro do inimigo.
b) O CIM abandonaria as instalações e abivacaria em um armazém no Bairro Glória onde guardaria novas decisões.
c) Caso não tivessem ninguém sobre o morro, faríamos um contato com lanterna para saber que estávamos livres de situação de combate, o que foi feito.
d) Este percurso é de mais ou menos 6 Km em linha reta, fizemos à noite correndo por meio de pedras e árvores, poucos chegarão ao cimo sem escoriações e luxações.
e) Corria eu com a arma FMZB no ombro, a mais pesada de todas, os outros usavam Fuzil ( FO ), cheguei junto com o Capitão e o Tenente e depois chegaram os outros colegas cadetes do grupo de combate.
f) Abivacamos no cimo do morro, no outro dia recebemos ordem para descer para as baias ( cavalaria ), e apanhar cavalos para enfrentar o 18º RI do Exército que ainda não tinham aderido ao movimento.

10 – Ao se equiparmos com os cavalos prontos para o deslocamento o Capitão Zilmar e o Tenente Valdo continuavam agora como Comandante e Sub comandante do pelotão à cavalo para atacar o 18º RI.

11 – Eu, Paulo Ubirajara Linhares, continuava como atirador da arma FMZB e passei a exercer também o cargo mensageiro do capitão Zilmar, montava eu uma égua muito ligeira, que podia fazer deslocamentos rápidos e com a arma FMZB atravessada no meu arreiamento para qualquer eventualiddae de ser usada.

12 – Logo recebemos ordem para se deslocar rumo ao 18º RI, mas pela Volta da Cobra, via Colo da Represa, quando passávamos da Chácara dos Bombeiros eis que surge um barulho de lagarta de Tanque de Guerra, nós ouvíamos, mas a visibilidade era impossível devido a vegetação das árvores grandes dos dois lados da estrada.

13 – Mediante isso, o capitão Zilmar determinou que todos abandonassem o leito da estrada e junto com os cavalos ocupassem um vala lateral, e que eu tomasse uma posição de tiro com a FMZB, para defesa do grupo, caso fôssemos atacados pelo tanque de guerra que se aproximava. Quando estava preparando a arma com as rédeas sobre as mãos e o meu cavalo dentro da vala, verificamos que tratava de um trator de esteira da Chácara dos Bombeiros que usavam para fazer horta e melhorar os hortifrutigranjeiros que produziam.

14 – Neste pequeno tempo, após ouvirmos o barulho da lagarta do tanque de guerra, até saber que era um trator de esteira, um colega abandona o local, e sai em disparada com seu animal de volta para as baias, correndo com o medo que lhe tomou aquela situação.

15 – Recebi ordem do capitão Zilmar, de ir buscar o colega que fugia do local com seu cavalo.

16 – Alcancei o mesmo antes mesmo de sair da Volta da Cobra, pois minha égua corria muito e pedia à ele para voltar comigo e que se tratava de trator de esteira e não de um tanque de guerra. Ele obedeceu-me e voltamos junto ao grupo, que dali mesmo recebemos ordens para regressar ao quartel, pois o 18º RI naquele momento aderiu ao comando do 3º Exército, que por sua vez também aderiu a Legalidade.

17 – Ao chegarmos no CIM, recebemos ordens que seríamos componentes de uma CIA de Petrechos Pesados do Batalhão Tarragó que iria se constituir para deslocar-se à Torres para defender o Rio Grande do Sul.

18 – Pela tarde recebi uma ordem de um “ acompanhe-me” do capitão PM Odilon Alves Chaves, pra servir como “ ordem ” dele que iria até o Palácio Piratini e ao III Exército.

19 – Ao chegarmos ao Palácio Piratini notamos que no terraço a defesa estava muito vulnerável, e o capitão Odilon auxiliado por mim começou a dar instrução sobre o funcionamento do FMZB para os soldados que ali estavam, poucos conheciam sua potência de fogo, refizemos as instalações de segurança, transmitiu aos soldados que ali estavam abivacados e entrincherados com sacos, madeiras, entulhos, etc,...O Capitão Odilon pediu que fosse instalados os FMZB em lugares estratégicos ao redor do Palácio Piratini para a defesa anti-aérea. Ao descermos para o sub-solo do Palácio Piratini deparamos com uma multidão de pessoas, jornalistas, radialistas, assessores, e parlamentares ocupando em fila os banheiros do sub-solo; pois que havia vazado a informação, que nós já tínhamos, do ataque da 5ª Zona Aérea e os tanques do Exército situados nas Unidades da Serraria também estavam chegando. Foi só susto, mas houve realmente esta ameaça.
Obs.: Sobre os tanques o capitão Odilom mandou o Tenente Comandante da Guarda do Palácio buscar umas mantas V.O. ( verde oliva ) e procurar estendê-las no melhor caminho por onde fossem passar os ditos tanques, vistos serem possuidores de lagarta na época, teriam dificuldade em passar sobre estas mantas de lã, onde logicamente demorariam mais e ganharíamos mais tempos.
Após isso deslocamos para o 3º Exército para expor o deslocamento do Batalhão Tarragó.

20 – No caminho o Capitão Odilon disse-me “ Linhares, levo comigo apenas um mapinha da Varig “” acho que encontraremos um grande teatro de operações “ maquetes ” com todo o território do Rio Grande do Sul, vamos explanar nosso deslocamento de Porto Alegre à Torres para o Exército ficar sabendo.

21 – Na sala de instruções do 3º Exército que estavam oficiais do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, bem como o capitão Odilon e o “ ordem “” do mesmo.

22 – O Comandante do 3º Exército agradeceu a presença dos oficiais e disse que iria explanar o deslocamento do 3º Exército no Movimento da Legalidade. Surpresa nossa, o General Comandante do 3º Exército puxou do bolso o mesmo mapinha da Varig para demonstrar o deslocamento das tropas do 3º Exército.

23 – Após a explanação do Comandante do 3º Exército pediu para os oficiais da Marinha , da Aeronáutica e Brigada Militar, fizessem suas explanações, o que assim foi feito.

24 – Quando chegou a vez do capitão Odilon explanar , que foi o último, o mesmo não usou o mapa da Varig, e sim o quadro negro com giz, onde fez desenhos da nomenclatura do 3º Exército, da Marinha e da Aeronáutica, dizendo o efetivo e o lugar de aquartelamento de cada uma das unidades e a potência de fogo dos mesmos. Após isso falou do deslocamento do Batalão Tarragó via rodoviária BR 101, no final foi aplaudido de pé pelos oficiais presentes ( capitão Odilon era dotado de notório saber sobre o Vade Mecum e a Nomenclatura Militar ). Após isso retornamos paro CIM, onde aguardávamos ordem de embarque e deslocamento.



25 – No outro dia estávamos embarcados em frente ao CIM para deslocamento e recebendo armamento. Novamente recebo agora como atirador de escol da metralhadora SCHWARZLUSE-SCHW, a arma mais pesada do Batalhão Tarragó.
26 – A Cia de Petrechos Pesados “ Corpo de Alunos ” se desloca até a Praia de Belas e junta-se as demais Cias do Batalhão Tarragó e começa o deslocamento via BR 101.

27 – Ao chegar em Santo Antônio, para jantarmos “ cozinha de campanha”, à beira de uma praça.

28 – Continuou o deslocamento na BR 101, já à noite, recebo ordens do Capitão Odilon Alves Chaves ( S3 – Oficial de Operações ) para mim instalar na carroceria de um caminhão vazio a minha arma com dispositivo anti-aéreo para segurança do comboio que estava se deslocando à noite. Passei o tempo todo olhando para o céu vendo se não aparecia um avião para nos atacar.

29- Café da manha em Lagoa Negra, próximo à Torres, estavam fazendo o café da manhã para a tropa toda, parada para receber aquele alimento. Quando surge um avião teco-teco com um jornalista da TV que estava fazendo um furo de reportagem.

30 – Logo após isso, veio ordem para mim sair do caminhão com minha arma e fazer a segurança do café, cavando a primeira toca com espaldão para a metralhadora.

31 – No término do espaldão eis que surge no horizonte um fortaleza voadora quadrimotor , ao qual sobrevoa o nosso bivaque.

32 – Mantive a fortaleza voadora sob a mira de minha metralhadora durante o seu vôo de observação.

33- No lugarejo de nome Terra de Areia, próximo ao Rio Mampituba, tinha uma ponte que ligava o Rio Grande do Sul à Santa Catarina.

34 – A fortaleza voadora foi embora, e aí eu recebo ordens para instalar a minha metralhadora com tiro amarrado sob a ponte do Rio Mampituba, afim de evitar o avanço de um provável inimigo, o que foi feito.

35 – La foi eu fazer a segunda toca junto ao pé de bananeiras na encosta de um morro ali existente, o que fiz com um tiro amarrado sobre a ponte
( não tomo café e nem almoço ).
36 – À noite recebo ordem para deslocar a metralhadora pelo meio de um mato até achar a clareira de uma coxilha, onde fiz a terceira toca, e ali adormeci com meia barraca sob o dorso, pois tinha possibilidade do inimigo vir a desembarcar em Torres.

37 – Com muita fome veio ordem para ser instalado no mato, um rancho de campanha provisório, para atender aqueles que mais necessitavam alimentos, o que foi feito.

38 – Um pelotão ficou acampado no mato, outro foi para um colégio municipal e outro foi para um colégio estadual, não havia aula naquele período.

39- À noite mantínhamos contato com sentinelas avançados no Farol de Torres por meio de sinal de lanterna.

40 – Certa noite, três sinais de lanterna era sinal de horror, inimigo à vista,
um oficial pegou um jipe e deslocou-se para verificar o ocorrido, tratava-se de um barco todo iluminado que passava por Torres, pensávamos que era um inimigo.

41 – Após isso, recebi ordem para fazer o quarto buraco espaldão para a metralhadora junto ao mar à beira da praia, próximo aos cômoros. Fiz o espaldão para a metralhadora e permaneci abaixo de frio e chuva aguardando a chegada dos homens rãs que possivelmente viriam nos atacar.

42 – Recebemos ordens de regresso do Batalhão Tarragó com à direito à desfile na Av. Borges de Medeiros, com revista passada pelo Governador Leonel de Moura Brizola, assim que chegasse-mos à Porto Alegre.

43 – Isto foi feito, e nesta ocasião fui eleito pelos meus colegas cadetes como o mais sujo de fardamento da nosso pelotão de Petrechos Pesados.

44 – Realizei o primeiro estágio que estava sendo feito como experiência para os cadetes nas Unidades Operacionais. Escolhi para estagiar na minha terra, Passo fundo , estava no último ano do CIM, fui para o 3º RC
( Regimento de Cavalaria ) na época.

45 – Três dias de estágio, recebo ordens do comandante do regimento para comandar como cadete do 4º ano, um pelotão que faria a segurança do 1º Movimento do Sem Terra ( deslocavam-se de Nonoai para a Fazenda Sarandi ).

46 – Desloquei- me com um caminhão e quatro sargentos e trinta soldados para Ronda Alta ( Capão da Cascavel ) onde os colonos já estavam acampados. A ordem era fazer policiamento ostensivo, no local de acampamento e efetuar o desarmamento até a chegada do Governador Leonel de Moura Brizola. O seu primo, Jair Calixto de Moura, Prefeito de Nonoai era o comandante do movimento.

47 – No Capão da Cascavel, aconteceram coisas inimagináveis, gente de todo estado chegavam à todo momento com uma esperança de receber terras.

48 – A desapropriação da Fazenda Sarandi, ocorreria com a chegada do Governador no local.

49 – No acampamento de pessoas de várias localidades, nasciam crianças, tinham brigas, tinham fome, tinham sede, surgiam doentes, havia muito frio, etc..

50 - Montou- se um barracão como armazém de alimentos com cadernetas e todos tinham direito.

51- A carne, eles carneavam as rês no alto da coxilha, e distribuíam pedaços ao ar livre, para os que estavam na fila ( só vendo o que acontecia ) não tinham balança para pesar.

52- O Governador demorou alguns dias, mas apareceu e inaugurou a distribuição de lotes para os colonos da Fazenda Sarandi, foi um comício na base da foice, machado e enxada.

53 – No Capão da Cascavel ficou o grupo de colonos contemplados com o lote de terras e o armazém virou uma vila na beira da estrada.

54 – O Prefeito de Nonoai, Jair Calixto de Moura, era o que administrava o acampamento.
55- Passados os quarenta dias, lá estava eu e meu pelotão acampados com cozinha de campanha e nas suas barracas.

56- Todos os anos o CIM fazia um acampamento no Lami para os alunos novos se adaptar à vida policial militar e os antigos à reverem-se após estágios.

57- O CIM estava todo no Lami com um Acampamento Instrucional e eu estava no Capão da Cascavel acampado, quando o comandante do 3º RC mandou-me recolher e enviou-me via viagem de trem de volta à Porto Alegre ( CIM ).

58- Ao chegar reintegrei-me ao grupo de acampados no Lami, e assumi o comando do destacamento em exercício por ordem do Capitão Odilon Alves Chaves.

59 – A TV-5, única do estado, e o locutor Hernani Bess e o Engenheiro Simon não conseguiram mandar imagens do Lami para a central do Canal TV-5 em Porto Alegre. Eles estavam com todo o equipamento de transmissão externa no nosso acampamento do CIM.

60 – No que saí Aspirante, fui nomeado Interventor Federal no IRGA, em Tapes, Camaquã e Barra do Ribeiro, por ordem do Sr. Governador Leonel de Moura Brizola que estava saindo do governo para se candidatar à Deputado pelo Estado da Guanabara. O arroz não podia sair mais desses engenhos e cooperativas sem ordem minha, pois havia contrabando de arroz dentro do próprio país. Os caminhoneiros preferiam virar ou tombar os caminhões do que entregar o arroz “ de tanto que perdiam, caso oficializassem pelos Postos da Fazenda”.

61- Como Interventor Federal no IRGA somente liberava os caminhões se viessem ordem através do Palácio Piratini ou da Brigada Militar por escrito. Ali permaneci durante quarenta e cinco dias, recebendo ordem de recolhimento, retirei da cooperativa e dos engenhos de arroz os soldados enviando-os às suas unidades.

62 – Regressei ppara Porto Alegre, indo apresentar-me na Polícia Rodoviária Estadual, permaneci por oito anos naquela corporação, saindo 1º Tenente, após isso voltei ao 9º BPM, unidade de minha origem, saindo Capitão PM.
63- Faço curso de Educação Física no Rio Grande do Sul – Secretaria de Educação, o único curso superior do estado, e sou convidado a dar aula gratuitamente de esgrima nesta escola, visto o vencimento de Capitão PM era maior que Professor Estadual de Ensino Médio.

64 – Neste interregno, os Ministros Militares, assumem a Presidência da República, e como havia muita greve estudantil em todo país, e repercutia e abalava a estrutura política. Os militares do governo da Presidência do país resolveram colocar Educação Física para os estudantes ( Ordem Unida – Escola da Disciplina ).

65 – Federalizaram três escolas de Educação Física Estaduais no Brasil, com armas e bagagens, contudo para implantar a Educação Física obrigatória na classe universitária de todo país, eu estava no ESEF como Professor Voluntário, a qual passou por ato federal para Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com professores, funcionários, terrenos e imóveis, etc.. Minha situação ficou de opção, entre ser Capitão PM ou ser Professor da UFRGS.

66- Pelo lado da BM, abria uma vaga de Capitão e do lado da UFRGS uma vaga de Professor Assistente do Quadro Permanente.

67 – Naquela época não podia acumular o Magistério com o posto de Capitão PM.

68 – Pedi então transferência para a reserva não remunerada à pedido, e assumi como Professor Assistente de Esgrima na UFRGS.

69 – Posteriormente podia na BM acumular Magistério, requeri mais foi indeferido administrativamente, tinha que requerer judicialmente, o que fiz, e aguardo solução desta situação até hoje.

70- Logo após assumir na UFRGS, assumi o cargo de Diretor do Campus Avançado da UFRGS em - Porto Velho / Território de Rondônia, onde permaneci naquela região endêmica com toda família.

71- Voltando à Porto Alegre, assumo o cargo de Coordenador de Segurança da UFRGS, onde fiz o plano de Segurança com cercamento da áreas da Universidade, bem como o emprego de cães, cavalos e bicicletas;
Deixei de trabalhar neste cargo pelo motivo de ter adquirido uma Neoplasia e encontro-me em tratamento até esta data.

_________________________________
Paulo Ubirajara Linhares


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895