Liberdade de sátira é um valor sagrado

Liberdade de sátira é um valor sagrado

publicidade

O filósofo marxista Slavoj Zizek chutou o pau da barraca: a culpa dos atentados é dos terroristas. Ponto.

Chega de sentir culpa pela barbárie dos outros.

Zizek bateu forte nos pontos sensíveis dos inimigos da democracia: "O quão frágil não tem de ser a crença de um muçulmano para que ele se sinta ameaçado por uma caricatura besta em um semanário satírico? O terror islâmico fundamentalista não é fundado na convicção dos terroristas de sua superioridade e em seu desejo de salvaguardar sua identidade cultural-religiosa diante da investida da civilização global consumista".

A liberdade de sátira é um valor sagrado das sociedades abertas.

Só há um jeito de resolver tudo isso, ensinando os fanáticos religiosos a rirem de si mesmos.

Será que só muçulmanos são incapazes disso?

Na França, dá condenação fazer piada em cima do holocausto dos judeus vítimas do nazismo.

Rir do ídolo dos outros ou da tragédia alheia parece liberdade de expressão.

E dos nossos?

Charlie Hebdo tentou mostrar a diferença entre humor racista e direito à sátira ao apresentar o esqueleto de Michael Jackson com a frase: enfim, branco. Não se estava satirizando o negro, mas uma obsessão pelo branqueamento.

A questão do momento é: quando a sátira cede lugar ao preconceito?

Ser racista é preconceito.

Ser homofóbico é preconceito.

Não crer em Maomé e desenhá-lo é preconceito?

Os extremistas estão usando o islamismo, numa interpretação exacerbada, para atacar o Ocidente.

Nada mais do que instrumentalização.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895