Más notícias da sociedade "midiocre", o fim do direito autoral, do livro e da escrita: tese 204

Más notícias da sociedade "midiocre", o fim do direito autoral, do livro e da escrita: tese 204

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O mais maldito dos livros intelectuais do Brasil deste século XXI.

Uma obra para marcar a ferro e fogo a maldição do seu autor.

Um autor odiado pela mídia dominante.

Um livro que jamais será comentado na Veja, na Folha de S. Paulo, em O Globo, etc.

Uma obra que será menosprezada até pelas livrarias.

Um livro que fará o autor ser odiado por editores, distribuidores, livreiros, defensores da pirataria na internet, inimigos da pirataria na internet, tudo e todos.

Lançamento: dia 28 de setembro, às 19h30, na Palavraria, em Porto Alegre.

Depois desse livro, o autor pode abandonar a vida pública e fugir para Paris ou Palomas.

Será tratado, em qualquer outro lugar, a pão e água.

Quando um autor toma consciência do seu isolamento e assume todas as consequências da sua reflexão.

Quando o autor se encontra para sempre com a sua maldição.

Quando o que parece marketing negativo é apenas o reconhecimento da realidade.

Tese 204



A lei máxima da sociedade midíocre hiperespetacular poderia ser vista como a famosa “Lei de Gérson”, invenção da publicidade brasileira para vender uma marca de cigarro barata, tendo um dos ídolos da seleção brasileira de futebol de 1970, o meio-campista Gérson, como garoto-propaganda: “Levar vantagem em tudo, certo?” O consumidor do mundo virtual não reconhece a lei nos domínios do ciberespaço dado que não vê como ela possa ser aplicada. Sente-se tecnologicamente fora do alcance da sanção que dá consistência a qualquer lei descumprida. Mescla esse desejo de levar vantagem, mesmo à custa do trabalho alheio, com uma postura, supostamente superior do ponto de vista moral, de rejeição à espoliação mercantil, ao reino da mercadoria, à lei do lucro, o que encontra legitimidade nos séculos de apropriação indébita da parte principal da produção alheia pela indústria da mediação. O consumidor, porém, não faz o mesmo no “real” porque se vê bloqueado pela força física repressiva. A filosofia do consumidor virtual é legitimada pela sua própria satisfação e interesse: por que pagar pelo que se pode pegar de graça? Esse consumidor virtual, por ser convenientemente antiliberal ou defensor de uma utopia, esquece a máxima liberal de que não existe almoço grátis. Só quer, sem ser incomodado pela lei, levar vantagem em tudo, certo? Nesse sentido, está empatado com o seu adversário. O perdedor, nessa guerra tecnológica, mais uma vez, é o produtor, o autor.

Revanche do Gérson consumidor contra o Gérson produtor ou contra o Gérson dono de gravadora, de grande editora e de multinacionais da indústria cultural? Guerra sem quartel. Por pouco tempo.

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