massacres em escolas, especialidade norte-americana

massacres em escolas, especialidade norte-americana

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Mais um massacre numa escola dos Estados Unidos.

Tornou-se rotina.

Uma especialidade norte-americana como coca-cola e hambúrguer.

Só os americanos ainda não perceberam que vender armas como quem vende batata frita facilita a vida dos bandidos, dos psicopatas e dos serial-killers.

Quanto mais armas em circulação, mas desprotegida a população.

Os americanos não querem rever sua tradição armamentista.

Acham que ainda estão nos tempos do Velho Oeste.

Toda vez que se organiza o presente em função do passado, em nome da tradição, é o futuro quem paga a dolorosa e mortífera conta.

Tem gente no Brasil que defende esse imaginário.

São os "homens de bem" a serviço do mal.

Defender a livre comercialização de armas é uma política comercial de extrema-direita em nome de uma pretensa liberdade de defesa e de princípios.

Não adianta desarmar a população se os bandidos estão armados?

Quando mais a população se arma, acreditando que vai se proteger melhor, mais fornece material bélico gratuito para criminosos.

O criminoso pode estar dentro de casa.

A sequência de massacres de inocentes nos Estados Unidos é um sintoma: há algo de muito podre no imaginário do grande país do norte.

Um imaginário é um reservatório de vivências, emoções, traumas, imagens, sentidos, afetos, tudo o que significa algo para alguém, e um motor.

As tecnologias do imaginário, que variam de época para época, ajudam a alimentar essa reservatório, que nunca se esgota, e a ligar esse motor.

O cinema e a televisão são as principais tecnologias do imaginário americano.

Desde a origem, tornada mitológica, fazem a narrativa do pistoleiro solitário.

Darão algum contribuição, mesmo involuntária ou sob a forma de crítica, para o massacre em escolas como especialidadade nacional?

A eterna luta entre bem e mal por meio da violência é um prato servido diariamente pelos Estados Unidos para o mundo inteiro.

Algumas culturas produzem antídotos contra essa overdose de imagens.

Será que os Estados Unidos são justamente os mais frágeis para neutralizar o mal que produzem para alanvacar uma construção simbólica do bem?

Outro efeito perverso dessa hiper-realidade é a exportação do modelo.

O serial-killer escolar já chegou a vários países.

Mas continua sendo uma marca profundamente norte-americana.

Até quando?

A violência dos games, nova e poderosa plataforma da violência, será também uma tecnologia do imaginário do vingador solitário disposto a matar e a morrer para aplacar o seu ressentimento contra um mundo que não o recompensa, não o percebe e ainda estimula os seus piores instintos?

Alguém sabe a resposta?

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