Medidas radicais de Dilma e governadores

Medidas radicais de Dilma e governadores

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Campanhas políticas favorecem a generosidade. Começo de governo estimula a sinceridade.

Candidato promete o que não pode cumprir. Eleito descumpre o que não devia ter prometido.

Saldo: eleitor enganado.

Se eu fosse presidente do Tribunal Superior Eleitoral, exorbitava e cassava meio mundo por estelionato eleitoral. Deve ser por isso que não sou. Não tenho a calma necessária. Cassava o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) por ter dito durante a campanha que não havia racionamento de água e por ter admitido depois de eleito que o racionamento é uma obviedade. Não bastasse, voltou atrás e chamou o racionamento de outra coisa num tucanês conhecido como enrolation. Cassava a presidente Dilma Rousseff (PT) por ter atacado seu opositor afirmando que ele adotaria medidas duras contra os trabalhadores, sendo que as medidas agora são adotadas por ela. Mais de dois milhões de trabalhadores perderão o seguro-desemprego em 2015.

O STF já tungou 25 anos de FTGS de quem tiver de ir à justiça.

Esse não tem como cassar? Não é eleito. Mas legisla. Em causa própria.

Dilma Rousseff adotou o ideário tucano e quer fazer economias às custas da plebe. Por que não anunciou isso quando era candidata? O que dizer da mudança nas regras da pensão por morte? O valor será reduzido pela metade. O que dizer do veto à correção da tabela de imposto de renda? Por que a presidente não começa enviando um projeto ao Congresso Nacional proibindo aposentadorias especiais para presidentes e governadores?

Cada um que vá trabalhar depois de terminados os mandatos e se aposentar pelo INSS. Cassava Dilma por ter escolhido para o ministério da Fazenda o eleitor de Aécio Neves, economista neoliberal Joaquim Lévy, que está aumentando impostos para tirar dinheiro de todos nós, mas nem lhe passa pela cabeça taxar as grandes fortunas ou aumentar impostos de transmissão de heranças como pretende fazer o comunista Barack Obama nos Estados Unidos. Aliás, esse Obama constrange o petismo com suas políticas esquerdistas radicais.

Ia propor a cassação do governador gaúcho José Ivo Sartori (PMDB) por anunciar que faria cortes duríssimos de gastos e sancionar aumentos para toda a turma dos camarotes, inclusive ele mesmo, mas ele renunciou ao aumento e salvou seu mandato da minha sanha punitiva. Na semana passada, uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul concedeu liminar autorizando pagamento de auxílio-moradia a procuradores. No mesmo dia, o MP incluiu o aumento sancionado pelo governador Sartori e o auxílio autorizado pelo TJ na folha de pagamento de janeiro.  Defendo que o magistério tenha orçamento próprio.

O magistério deve ser um poder independente e soberano. Afinal, a educação é que dá poder.

O secretário de Turismo, Esporte e Lazer do governo Sartori, Juvir Costella, sugere uma reunião do secretariado completo com o governador para que uma decisão seja tomada. Por eles, todos deveriam renunciar ao aumento.

E agora? O que dirão os seus colegas?

Vão querer cassá-lo? Ou caçá-lo?

PS.: todo elogio burro eu corto. Toda crítica inteligente eu publico.

 

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