Mistura bem brasileira
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No Brasil, a sociologia da morte é uma boa jogada dos vivos, que continuam mais rápidos.
Tudo se articula, mistura, cozinha e costura: Lula e Paulo Maluf, Aécio Neves e a direita Miami, a inimiga do agronegócio e o amigo da Monsanto. Não tem santo nesse monte. Os mortos não governam os vivos. São apenas cabos eleitorais.
Por aqui, roqueiro troca a rebeldia por um discurso de vovó carola com medo dos comunistas.
Se duvidar, porém, tem quem coma criancinha. Mas só pelos 17.
O médico estuprador viaja pelo mundo e se esconde, com nome falso, no Paraguai. Diz que foi ideia da mulher. Pura perda de tempo. Se tivesse se entregado desde o começo possivelmente já estaria em liberdade. No semiaberto.
Aberto é só para aves que escapam do STF.
E Abel, o treinador do Inter, continua acreditando no "vamos pra dentro deles". Sempre que enfia atacantes para virar o jogo, toma na cabeça. Mas sai feliz com o que o "time fez". E o time, claro, não fez nada além de perder em casa.
O horário eleitoral está divertido demais.
Em três dias, ninguém falou a verdade.
É que a verdade é um conceito do século XIX.
Mas também ninguém mentiu.
É que a mentira é uma questão de ponto de vista.