Morin e Chomsky sobre Shlomo Sand

Morin e Chomsky sobre Shlomo Sand

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Edgar Morin, pensador judeu resistente ao nazismo e conhecido pelos seus valores humanistas  de respeito às diferenças culturais e religiosas e de tolerância, diz, sobre o livro de Shlomo Sand, em e-mail para este blogueiro:

"Acho esse livro salutar e muito preciso quanto ao seu conteúdo."



OBS.: neste mundo que pode ser absurdo, Edgar Morin foi condenado, em instância de recurso, La cour d’appel de Versailles, em 26 de maio de 2005,  devido a um texto publicado no jornal Le Monde, em 2004, por  "difamação racial contra o povo judeu". Morin foi absolvido em primeiro instância, mas duas associações de direitos humanos recorreram dessa decisão. Morin e mais dois intelectuais foram punidos por rotular, no contexto do conflito que opõe palestinos e israelenses,  judeus de comportarem-se como  "povo dominador e arrogante", que "gosta de humilhar" e "povo que mantém os palestinos em guetos", "humilhando-os, desprezando-os e perseguindo-os".

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"Sand desmascara o Moisés histórico."

Noam Chomsky


Uma apresentação do livro de Sand:

« Eu sou judeu, se não pela religião, que não pratico, como tantos outros, ao menos, pelo nascimento. Não sinto em relação a isso nem orgulho nem vergonha,  sendo, espero, suficientemente bom historiador para não ignorar que as predisposições raciais são um mito e que a noção da raça pura é um absurdo especialmente evidente quando pretende ser aplicada, na realidade, como aqui, a um grupo de crentes, recrutados, outrora, em todo o mundo mediterrâneo, turco-khazar e eslavo". Para Marc Bloch, que assim se apresentava nas páginas introdutórias de seu livro "A estranha derrota", a orihem khazar dos judeus askenazes era uma evidência que podia ser mencionada simplesmente de passagem.  Essa verdade histórica é, contudo, rejeitada em Israel, pois contradiz os mitos fundadores.  Shlomo Sand, historiador da Universidade de Tel Aviv, acaba de publicar uma obra que revisita esse passado esquecido, cujo ressurgimento ilumina tragicamente a realidade atual, a realidade de uma terra onde homens convertidos ao judaísmo travam, em nome da fé, uma guerra impiedosa a descendentes longínquos do "povo eleito", os construtores do Templo: os palestinos".



Par Jonathan Cook, The National, 6 octobre 2008

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Marc Bloch foi morto pelos nazistas.

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