O fim do direito autoral, do livro e da escrita

O fim do direito autoral, do livro e da escrita

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Onde estamos?

Podemos saber? Imaginar? Especular?

Na Sociedade do Espetáculo descrita por Guy Debord?

Ou Debord, com sua denúncia da espetacularização da vida, ficou para trás?

Estamos no hiperespetáculo?

Em caso afirmativo, quais são os seus sinais ou sintomas?

E como se cristalizará?

Pelo fim do direito autoral, essa forma moderna de transformar ideias em mercadorias?

Pelo fim do livro impresso?

Ou pelo fim do livro em qualquer formato ou suporte?

 

Fim de algo maior do que o livro?

Fim da escrita?

Surgimento de uma nova cultura, uma nova civilização, a civilização do hiperespetáculo?

Tudo deixará definitivamente de ser mercadoria?

Salvo os objetos?

Ou a mercadoria assumirá uma nova forma já em elaboração?

A internet e seus dispositivos já se revela como fim do que Debord mais odiava – a vida como mercadoria espetacular – ou como uma mutação da mercadoria?

Triunfo da liberdade do conhecimento?

Ou conhecimento de uma nova liberdade mercadológica?

A Sociedade midiocre, passagem ao hiperespetacular, o fim do direito autoral, do livro e da escrita, chega como livro e ainda mercadoria, em dois suportes, papel (R$ 19,00, http://www.editorasulina.com.br) e e-book (R$ 9.90, A SOCIEDADE MIDÍOCRE. PASSAGEM AO HIPERESPETACULAR: O FIM DO DIREITO AUTORAL, DO LIVRO E DA ESCRITA...)

O escritor maldito precisa se autoresenhar.

Entrar no jogo da mercadoria.

É a sua contradição, o seu paradoxo, o seu destino.

Um destino próximo do fim.

Os sinos já dobram pelo tempo do autor com seus direitos, ferramentas e sonhos.

Triste fim?

Não necessariamente.

Apenas, que sabe, o começo de uma nova era.

Eram tantos autores submetidos a uma limitação de editores.

Agora, enfim, cada um pode ser seu próprio editor.

Salvo que o livro e a escrita parecem pertencer ao passado.

Terá a libertação chegado tarde demais?

A Sociedade Medíocre faz o inventário dos sintomas dessa grande mutação.

A preços módicos.

Preços abaixo do mercado.

Preços do estertor da mercadoria simbólica.

Réquiem para Guy Debord.

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