O Getúlio de João Jardim e Toni Ramos

O Getúlio de João Jardim e Toni Ramos

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Fui um dos primeiros a ver o filme Getúlio em Porto Alegre.

Afinal, em 2004, publiquei meu livro Getúlio (Record), que ficou algumas semanas na lista do mais vendido da Veja, um romance biográfico sobre o mais importante, polêmico e contundente político brasileiro.

João Jardim fez um bom filme. Toni Ramos está bem no papel de Getúlio, embora a total falta de sotaque gaúcho falseie um pouco o personagem. Como ter um Getúlio ou um Leonel Brizola sem a marca do sotaque gaúcho?

O filme narra os últimos dias do Getúlio Vargas, do atentado da rua Tonelero até o suicídio.

Ao final da exibição, um espectador olhou para mim e comentou:

– Coincide com o seu livro, não é mesmo?

Totalmente. A estrutura narrativa é a praticamente a mesma. A história, de fatos públicos e notórios, é pontuada da mesma maneira. Embora acrescente elementos e altere certos aspectos da ordem da narração, segue o essencial.

Eu não cobraria direito autoral.

Creio que o diretor deveria ter colocado ao final agradecimentos aos livros nos quais se "inspirou livremente".

Imagino que ele dirá que nunca soube da existência do meu livro.

C"est la vie!

Grandes obras devem ser apropriadas livremente.

Sou modesto.

Aceito a homenagem silenciosa como uma reverência maior.

Obrigado, João Jardim.

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