O Rio de Janeiro continua lindo
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É o verdadeiro Brasil.
Quando vou ao Rio, quase digo: estou indo ao Brasil.
Passei 18 horas no Rio: sol, praia, belas mulheres, descontração e a velha malandragem.
Participei de uma mesa, no Teatro Oi Futura, com Gilles Lipovestky.
Falamos do futuro da arte.
Depois, com a organizadora, a gaúcha Ana Lúcia Pardo, jantamos no velho e tradicional Lamas.
Atmosfera, ambiente, imaginário...
Ao sair do hotel, no Arpoador, embora convidado, tive de pagar a diária. Por um engano, o hotel me cobrou o que já estava pago por quem me convidou. Acontece. Não se deve debitar isso numa conta exclusiva do Rio de Janeiro.
Peguei um táxi para o aeroporto. Foi um momento delicioso.
– Vamos pelo aterro – disse o simpático motorista.
– Tudo bem.
– Nesta hora, pelo aterro é mais rápido.
Aceitei. Seria legal deslizar por Copacabana, por Botafogo e pelo Flamengo.
– Em outros momentos, é melhor pela Lagoa – justificou-se ainda o motorista.
– Sem problemas.
Cinco minutos depois, ainda em Copacabana, ele me diz:
– Você se importa se eu fizer um pequeno desvio para deixar cem reais na casa da minha mãe?
– Numa boa.
– É que mãe, você sabe, é mãe: não pede, manda.
– Sem problemas.
– Eu pretendia deixar o dinheiro às 9 horas, mas ele precisa ir ao médico. Poderia não dar tempo.
– Tudo bem. O trânsito por aqui está bom mesmo – digo, com uma leve alfinetada.
– Eu sabia. Conheço isso como a palma da minha mãe. Por isso é que sugeri este caminho.
– Ah, bom!
No aeroporto, escuto uma conversa entre um rapaz e uma mulher.
– Então você perdeu o voo? Que feio! – diz ela.
– Eu peguei um táxi e falei para o motorista: Galeão. Ele me levou para uma tal Estrada do Galeão.
– Mesmo?
– Foi.
– Mas como ele pôde se enganar assim?
– Já era velhinho.
O Rio de Janeiro continua lindo. É a Cidade Maravilhosa. Os gringos, em 2014 e 2016, vão adorar.