O tri pós-moderno do Grêmio

O tri pós-moderno do Grêmio

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Renato Portaluppi venceu.

Veio, viu e venceu.

Contra todas as desconfianças, inclusive de gremistas. Ele não fala tatiquês. não diz amplitude nem último terço, não estudou na Europa nem fez estágio com Guardiola. O que isso mostra?

A complexidade do futebol. A modernidade aposta nos estilos puros e nas verdades únicas. A pós-modernidade é eclética: mistura, confunde, cola. Pode ir pelo chão ou pelo ar, pode enfeitar, pode espantar, pode pintar, pode bordar. É Luan, mas também é Jael. Aposta no coletivo, mas também na individualidade. É arte, guerra, show e suor. É espetáculo, é burocracia. É ciência, planejamento, incerteza, acaso, inesperado, cálculo, racionalidade, salto no escuro, escolha e intuição.

A pós-modernidade é arte, pragmatismo, desempenho e resultado. Tudo e nada. Tudo e o contrário.

Acredita na bola no chão e no balão, no passe e no chuveirinho, no drible e no cruzamento.

O Lanús foi ingenuamente moderno. Só queria bola no chão. Armou os contra-ataques do Grêmio.

O professor Portaluppi ensinou o óbvio pós-moderno: existem muitas formas de aprender, de produzir saber e de ganhar. Aprende-se em casa, na escola, na Europa, nas areias de Ipanema, na escola de vida, na teoria, por talento, por esforço, como autodidata e como discípulo.

Em futebol, como em ciência, tudo vale. Todos métodos são bons, até misturar todos eles.

A consagração chama-se resultado, que atende também por taça

Ao perdedor, as lágrimas e a impressão de ter feito o melhor.

 

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