Ode ao poeta anônimo
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Meus passos ressoam em Montparnasse.
Acendo a lamparina, depois o lampião.
Passo horas num cruzamento sincero:
Falguière, Vaugirard, Cherche-midi.
Mas o que faço, aqui, agora, sem ti?
Remexo nos bolsos, o que ainda quero?
Um salto no escuro, um grito no avião,
Horas no escuro soturno do metrô,
Um homem de branco me dando um passe?
Então, driblo Voltaire e marco um gol.
Um drible na estátua, um gol de placa.
Aqui viveu e morreu João da Vaca.