Para cima com a viga, escravos
publicidade
A atrasada Suécia trabalha pelas 30 horas de jornada semanal. Os jagunços de Temer repontam tropas de bodes. Botam na sala. O mais novo bode é a aposentadoria aos 70 anos de idade. Mira-se bem em cima para acertar mais em baixo. Aquilo que se quer é a idade mínima para aposentadoria de 65 anos. O modelo de plantação de bodes vem sendo testado pelo PMDB. Espalha-se o terror. Tudo vai muito mal. Se necessário, algumas medidas são adotadas para ampliar o medo. Quando a população está apavorada, surgem os remédios, uns mais amargos do que os outros. É uma variante do famoso cria-se o problema para vender a solução, que, paradoxalmente, não cura. Mata. Como dizia Heráclito, viver de morte, morrer de vida. Há quem ganhe com isso.
Para grandes reformas, imagina-se, grande legitimidade. É o que Temer não tem. Para cima com as urnas, moçada. Façamos um pacto nacional. Eleições gerais em outubro. Michel Temer, como candidato, apresenta o seu programa de reformas ultraliberais. Os demais, evidentemente, entram com suas plataformas. Quem ganhar, implementa. Uma eleição por programa. Cada candidato pilotando um cardápio. Temer quer acabar com a Era Vargas. Uma proposta dessa magnitude deveria ser objeto de plebiscito. Ou de aprovação em eleição presidencial.
Michel Temer aposentou-se cedinho.
Agora, chegado de carona à presidência da República, quer assaltar os direitos adquiridos dos outros. As panelas não repicam contra esse plano sórdido. Não o fazem por uma razão simples: Temer representa a turma dos camarotes, aquela que sonha em fazer a plebe trabalhar mais e ganhar menos. Uniformizada. O paraíso seria assim: 80 horas de trabalho semanal, aposentadoria aos 70 anos de idade, desvinculação das aposentadorias do salário mínimo, desmonte da justiça do trabalho, terceirização generalizada, extinção do SUS, fim do Bolsa-Família, eliminação do Ciência sem Fronteiras, que já não englobará estudantes de graduação.
Teimoso, eu insisto: perguntem às urnas se elas aprovam. Urnas não costumam ser como o DataFolha, que manipulou dados para favorecer Michel Temer. Foi a prova que faltava sobre o papel dos jornalões no golpe parlamentar e midiático em curso. Estamos assim: do Planalto vem a ordem patronal: para cima com a viga, moçada. A massa pode entoar em contraponto: avante, Brasil, para trás. O bode na sala.