Patrono da Feira do Livro de Vacaria

Patrono da Feira do Livro de Vacaria

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Ontem, estive em Vacaria como patrono da Feira do Livro da cidade.

Gosto de Vacaria desde que ouvia José Mendes em Palomas.

Além disso, é terra de meu amigo Já Morreu, o Roberto, que foi menino na Febem e hoje é um grande cidadão, bom de bola, dá e toma canetas com a mesma desenvoltura, e amigo exemplar.

Foi um dia intenso e rico.

Falei na Câmara de Vereadores, na praça principal, palco da Feira, e na UCS Vacaria.

Acompanhei a inauguração pelo prefeito Elói Poltronieri de uma linda escola infantil num bairro da periferia, escola padrão nota dez, e de um centro de referência para idosos no maravilhoso espaço do antigo colégio marista. Dei uma olhada na imponente e recuperada Casa do Povo, projeto de Oscar Niemayer. Vacaria me pareceu limpa, organizada e viva.

Deve ser por ser isso que o prefeito tem quase 80% de aprovação da população.

Encontrei muitas pessoas interessantes e entusiasmadas como Luzmari, secretaria de Educação.

Voltei para Porto Alegre de carona com o Eduardo, agrônomo e secretário da agricultura de Vacaria, que, no caminho noturno, me ensinou muita coisa sobre pequenas frutas, ou frutas vermelhas, mirtilo, amora, framboesa, das quais Vacaria se transformou em grande produtora e exportadora, dando renda a pequenas propriedades valorizando cores e cheiros.

Ganhei uma caixa de maçãs de Vacaria e já estou perfeitamente convencido de que são mais gostosas do que as manzanas argentinas, enroladas em papel azul, da minha infância.

A Feira do Livro voltou à praça central, onde deve ficar, com a linda igreja ao fundo.

É cenário de cartão postal.

Falei de livros, de grandes personagens – Getúlio, Jango, Brizola, Caldas Júnior –, de autores, Cyro Martins, Simões Lopes Neto – e história: 1930, 19641, 1964.

Vi o dia frenético de um deputado federal em atividade, Henrique Fontana.

Agradeço ao Rotary – Henriques, Edison e todo o clube – pela indicação de meu nome.

Vi plantarem uma árvore, vi mulheres grávidas, inclusive a Andrea, esposa do prefeito, que espera a chegada do Artur para dentro de um mês, e vi a semeadura de livros.

Vi até um cachorro vira-lata defender o seu dono, um morador de rua com problemas mentais.

Um dia completo.

Fui dormir de madrugada.

Sonhei que eu era um livro e que me perdia numa biblioteca.

Era achado por uma maçã cheirosa, que me levava para conversar com as frutas vermelhas.

Juntos, resolvíamos tomar uma praça.

Um mirtilo assumiu o comando.

Fundamos a República das Letras.

Fomos felizes para sempre.

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