Pena de morte, impunidade e soberania nacional

Pena de morte, impunidade e soberania nacional

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A execução do brasileiro na Indonésia, por tráfico de droga, é ato bárbaro do Estado.

O Estado não pode agir com um terrorista executando homens imobilizados.

Quando o Estado mata um homem indefeso, mesmo que ele tenha cometido um crime, iguala-se, na forma, ao terrorista que executa friamente um policial ferido numa calçada. O conteúdo, a culpa, torna-se menor.

O argumento mais usado pelos que gostaram da execução do brasileiro é da soberania nacional.

Resume-se assim: precisamos respeitar a lei do país.

Conversa fiada muito oportunista. Por esse argumento, os mesmos que dizem isso teriam de respeitar o apedrejamento de mulheres infiéis na Arábia Saudita, a execução de homossexuais em países muçulmanos extremistas ou a prisão de adversários políticos em Cuba, na Coreia do Norte ou na China.

Fica assim: se uma brasileira for infiel na Arábia Saudita, apoiaremos o seu apedrejamento até a morte.

É a lei do país.

A soberania nacional deve ter um limite civilizacional: o respeito aos direitos humanos.

Respondam rápido e racionalmente:

1) Por que álcool pode se mata mais?

2) Você critica a impunidade no Brasil? Já se perguntou assim: "Já cometi algum delito ou infração hoje? Já dirigi acima da velocidade permitida? Já bebi e dirigi? Já dirigi falando ao celular? Já enganei o imposto de renda?"

3) Quem dirige depois de beber assume o risco de matar. Qual a pena para um assassino em potencial?

 

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