Quadrilhão do PMDB e outros
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Dá para acreditar e ainda votar nesses homens e nesses partidos? Façamos perguntas de gente normal, perguntas que nos fazemos em casa ou aos amigos quando não nos censuramos nem adotados posturas formais: o que tem na cabeça o eleitor que pensa em votar nessa turma toda? Comecei a votar para presidente da República em 1989. Cravei Brizola no primeiro turno. Anulei no segundo. Em 1994 e 1998, estava na França. Não votei. Em 2002, 2006 e 2010, anulei. Em 2014, no primeiro turno, votei em Luciana Genro. Anulei no segundo. Já votei por simpatia ou amizade em gente de vários partidos, do PT, PMDB, PSOL, PCdoB e PDT. Voto em pessoas com determinada sensibilidade política.
Continuo sendo anarquista.
Se eu fosse político não permaneceria em qualquer partido com a reputação destruída por acusações de corrupção. Trabalharia para criar uma nova sigla e começar tudo de novo. Honestos e progressistas do PT, do PMDB e do PSDB poderiam se juntar para iniciar uma nova aventura, um partido socialdemocrata, não marxista, oposto ao neoliberalismo, refratário a financiamento empresarial de campanha, blindado contra caixa dois, fisiologismo, pragmatismo, alianças de conveniência e obsessão pelo poder. Um partido de ideias e ideais. Uma sigla capaz de articular público e privado, honestidade e transparência, presente e futuro.
As eleições de 2018 se anunciam melancólicas: quem escolher? O citado? O denunciado? O réu? O investigado? O falso novo? O velho? O nostálgico da ditadura? O preconceituoso? O entreguista? O representante do mercado e da mídia conservadora? O que tem o nome uma ou muitas vezes na Lava Jato? O membro, nos termos da Procuradoria-Geral da República, de alguma quadrilha ou quadrilhão? O acusado de corrupção passiva ou de obstrução de justiça?
De fato, está acontecendo uma criminalização da política. Por políticos. Políticos que se tornam criminosos criminalizam a política e afundam com eles os inocentes e os honestos. Surgirá uma nova geração, que não poderá ser a dos batedores de panela. Esses mostraram até onde ia a vontade de combater a corrupção. Triste é saber que velhos larápios arranjarão votos para retornar ao local do crime com a sanha de jovens lobos. Estamos ferrados. E mal pagos. Obviamente. Filhos da escravidão.