Questões para um campeão
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Seria o judeu Edgar Morin, que participou da resistência ao nazismo, um antissemita tardio, aos 9o anos de idade, manchando sua biografia com frases infelizes?
Seria o judeu Stéphane Hessel, um dos redatores da Declaração Universal dos Direitos do Homem, um antissemita por afirmar, num panfleto que já passou dois dois milhões de exemplares vendidos, indignai-vos, que três milhões de palestinos foram expulsos violentamente das suas terras na criação de Israel e até hoje não podem voltar a elas?
Seria o judeu Hessel, prisioneiro da Gestapo, torturado, um antissemista por dizer que a situação dos palestinos é o que mais o indigna e revolta na fase final da sua vida?
Seria o judeu Hessel antissemita por dizer, aos 93 anos de idade, com base no relatório do sul-africano Richard Gladstone, que possivelmente Isarel tenha cometido crimes contra a humanidade durante a operação "Chumbo Endurecido", ofensiva realizada contra a Faixa de Gaza , em 27 de dezembro de 2008?
Seria o judeu Hessel antissemita e ignorante por ter pronunciado esta frase: "Que os próprios judeus possam cometer crimes de guerra é insuportável. Infelizmente, a história dá poucos exemplos de povos capazes de aprender com a própria história"?
Seria o judeu Hessel, prisioneiro nos campos de Rottleberode e Dora, um antissemista por ter dito que "Gaza é uma prisão a céu aberto"?
Seriam os historiadores Eric Hobsbawn, Marcel Detienne e Tony Judt, que elogiaram o livro de Shlomo Sand, ignorantes esquerdistas que desconhecem o mínimo da história judaica, assim como a história universal, e ignoram tudo de metodologia de pesquisa e de elementos necessários a uma prova histórica ou academicamente aceitável?
Seriam os jornalistas franceses que atribuiram o prêmio Aujourd"hui 2009 a Shlomo Sand uns idiotas esquerdistas que também não leram Josefus e nada sabem sobre a história judaica, agindo por puro antissemitismo esquerdista?
Seriam os historiadores e jornalistas, que descrevem o saque violento das terras palestinas em 1947, meros fantasistas e ficcionistas que não viram o quanto Israel se instalou pacificamente no local sem qualquer prejuízo aos que nela estavam?
Seria o judeu Marc Bloch, assassinado pelos nazistas, considerado por muitos como o maior historiador do século XX, que não duvidava de uma ramificação judia khazar, um antissemita e um ignorante que convenceu muita gente da sua erudição?
Seria o próprio judeu Shlomo Sand, professor da Universidade de Tel Aviv e combatente na Guerra dos Seis Dias, um antissemita mentiroso que tudo inventou e nada provou, embora continue a afirmar que ninguém ainda refutou o que ele sustenta?
Não seria uma chantagem sempre aproximar não sionismo e antissemitismo?
Teriam aqueles que rejeitam Shlomo Sand tão violentamente lido o seu livro?
Não seria bem mais simples e salutar que os opositores de Shlomo Sand dissessem simplesmente: temos outros pontos de vista, pensamos diferente?