Sábado na fila do novo Beira-Rio
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Chegamos às 18 horas à fila para comprar ingresso, que serpenteava na direção bairro-centro, voltava rumo ao Gigantinho, virava à direita até quase encostar na avenida junto ao rio, retornava para a Padre Cacique, desaguava nos bretes junto às bilheterias e, finalmente, desembocava nos postos de venda atendidos por impassíveis vendedores.
Ficamos uma hora e meia na fila. Perdemos o primeiro tempo.
Ao que consta, foi um bom primeiro tempo, com muitas chances de gol.
E o gol.
Durante a temporada na fila, o que mais ouvi foi:
– Juremir, caneteia lá, faz uma crônica, está errado isso...
A fila compunha-se de quem queria comprar ingresso, de sócios que precisavam fazer o check-in, de quem tinha reservado pela internet, uma mistura estranha cozinhada em fogo lento e sem a menor aceleração. Chegamos a temer que não desse para ver o segundo tempo. As reclamações não paravam de aumentar. Só a vitória parcial acalmava os ânimos.
Por fim, compramos os ingressos. Corremos para o estádio. Entregamos os ingressos ao "operador" da catraca. O sujeito passava o cartão junto ao leitor e nada acontecia. Tentava de novo. O mecanismo parecia insensível. Lá pelas tantas, quase aleatoriamente, liberava uma entrada. Foram minutos que duraram uma eternidade.
Tirei uma conclusão: o Inter precisa afinar o sistema de venda de ingressos e a relação das catracas com os ingressos.
Dentro do estádio, uma constatação: está muito bonito.
O time voltou a campo para o segundo tempo.
Vimos Patrick perder dois gols.
Vimos um jogo pífio.
Vimos Jorge Henrique entrar e nada fazer.
Vimos Igor entrar, dar um chutinho e armar um contra-ataque adversário.
Vimos Rafael Moura apagado.
Vimos Valdívia entrar muito aceso e jogar bom futebol.
Vimos o final do jogo ficar perigoso.
Valeu o resultado.
Ao final, ouvimos, na Guaíba, Abel reconhecer que o time não foi bem.
Vai precisar acelerar a venda de ingressos, a leitura das catracas e a criatividade do time.
A venda de ingressos foi tão lenta que, terminado o jogo, ainda não se tinha o público.
Os computadores deviam estar contando lentamente.
Os três pontos, porém, estão computados.