Schopenhauer, anônimos e mascarados

Schopenhauer, anônimos e mascarados

Fresno é multipremiada no VMB

publicidade

O filósofo Arthur Schopenhauer não dava mole. Disparava contra a mediocridade sem o menor constrangimento. Muito do que ele disse serviria para caracterizar boa parte da turma que foi a Frankfurt brincar de escritor brasileiro. Essa turma que gosta de tentar escrever como se fala e acaba falando como não se escreve e sem quem ninguém entenda. Schopenhauer era claro e fulminante: "Querer escrever como se fala é tão condenável quanto o contrário, ou seja, querer falar como se escreve, o que resulta num modo de falar pedante e ao mesmo tempo difícil de entender".

O velho ranzinza alemão detestava escritos anônimos e escribas de pena secreta e cara encoberta: "Um crítico anônimo é um sujeito que não quer assumir o que diz (...) Assim como a polícia não permite que as pessoas andem pelas ruas mascaradas, não deveria ser permitido que escrevessem anonimamente (...) os críticos anônimos devem ser tratados com termos como "patife" e "canalha" (...) Um canalha que não diz o seu nome".

Hoje, porém, os mascarados estão nas ruas quebrando tudo.

E os críticos anônimos estão nos blogs com pseudônimos ridículos.

Quando identifico um fake, deleto.

Alguns podem me enganar com nomes aparentemente verdadeiros.

Nomes explicitamente falsos são barrados.

Cada um que assuma o que diz.

Schopenhauer dizia: "O anonimato é a canalhice (...) contra a qual se deve proclamar: "Se você não quer, patife, assumir o que diz contra outras pessoas, cale a sua boca difamatória". Todo fake é um patife difamador e covarde.

O valente Schopenhauer não se escondia: "Contudo, a máscara mantida por mais tempo é a da ininteligibilidade, embora isso aconteça apenas na Alemanha, onde ela foi introduzida por Fichte, aperfeiçoada por Schelling e finalmente alcançou o seu clímax em Hegel, obtendo sempre o maior sucesso".

A suprema canalhice é o fake reclamar que não foi publicado.

Botem a cara para bater, senhores fakes.

E tenham algo par dizer.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895