Sonzeira no estacionamento do Beira-Rio

Onde há conflito o jornalismo deve estar presente.

Se a comunidade reclama de algo, é preciso lhe dar voz.

E dar espaço para a réplica.

A professora Kathrin Rosenfield queixa-se barulheira de raves no estacionamento do Beira-Rio. Abaixi, carta que ela enviou ao Ministério Público.

A BRIO, que administra o espaço, responde.

A moradora não se satisfaz.

A Ouvidoria do Internacional também se manifesta.

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Prezadas Senhoras Promotoras

Recebi nos últimos dois dias inúmeras chamadas e apelos dos moradores do bairro reclamando da perturbação do sossego. Apesar das contínuas reclamações, o Internacional continua e aumenta os abusos com festas rave - inclusive com a montagem de uma estrutura de comercialização de festas que pouco ou nada tem a ver com a finalidade do clube esportivo.

Nas últimas semanas, assistimos à construção de uma verdadeira cidade de containers e tendas que ampliam espaço Sunset do Beira Rio. Toda a imensa área no topo da estrutura do estacionamento serve agora como espaço suplementar de festas-rave ao ar livre, com inúmeras tendas e estruturas metálicas com policarbonato.Assim também aumenta o som que chega aos bairros vizinhos, pois a estrutura de concreto armado funciona como uma caixa de som que reforça o bate-estaca. Além disso, a posição elevada projeta o som para longe na água do Guaíba que propaga o som sem barreira.

No último domingo dia 15/06/17, o barulho chegou com tanta força na Vila Assunção que nem fones de ouvido especializados com silenciador  conseguiram absorver a totalidade da música. Na tarde e noite do dia 25 de junho 2017 os som das músicas foi tão forte que foi impossível bloqueá-lo, mesmo com headfones  ligados a um programa da Netflix. Através do som do filme o bate-estaca e a voz do DJ foram claramente audíveis!

No dia 30 de julho já tem outra festa anunciada! E  nesse meio tempo, haverá outros eventos menores com barulho.

Os moradores dos bairros vizinhos sofrem há mais de dois anos com esses abusos  e a ouvidoria do SC Internacional e demais subempresas apenas responde que a empresa autorizada de monitoriamento do som certifica a regularidade do mesmo, o que é impossível de acreditar. Moradores da rua Potiguara, por exemplo, pensaram que a festa rave estava acontecendo num vizinho da Av. Pereira Passos, foram reclamar até receber a informação correta pelo Whatsapp.

Em nome da comunidade e dos membros da Associação Aprova, peço mais uma vez providências e aguardo o seu retorno.

Cordialmente,

Kathrin Rosenfield

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Brio: nota de esclarecimento sobre a festa Green Valley Alok  

 

A SPE Holding Beira-Rio (Brio) esclarece que realiza seus eventos dentro de todas as normas regulamentares de segurança e respeito à lei ambiental de emissão de ruídos. São feitas medições técnicas constantes, com empresa devidamente homologada, garantindo que os eventos emitam som dentro dos 5 decibéis acima do ruído de fundo, permitido por lei. A festa Green Valley Alok, ocorrida no último domingo (25/06), no edifício-garagem do estádio Beira-Rio, também teve acompanhamento de um técnico do Ministério Público, que esteve presente no local e verificou a medição, não identificando irregularidades.

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Juremir,

tenho no meu computador dezenas de protocolos com números de verificação. Houve tantas reclamações que a Promotora do MP nos pediu de novo um abaixo assinado (nesta segunda feira). Já coletamos em um dia apenas 60 assinaturas, embora cada um de nós tenha seus próprios afazeres, profissão, filhos, problemas - sem apoio de "Comunicação estratégica"!!!! Kathrin

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Prezado Juremir,

Aqui é a Najla Diniz, Ouvidora Geral do Sport Club Internacional. Na qualidade de tua ouvinte diária, acompanhei o debate sobre as festas realizadas no estacionamento de responsabilidade da BRIO. Como a Ouvidoria foi citada, tomei a liberdade de te esclarecer que todos os encaminhamentos possíveis de serem realizados pelo setor, assim foi feito.

O último contato realizado pela professora Kathrin Rosenfield foi em 08/05/2017, às 11h16 e respondido, no mesmo dia, às 14h05, pela Gerente Comercial e Marketing da BRIO, senhora Carla Plentz da Cruz. Na resposta, se explica que o Plano de Monitoramento de Emissões Sonoras já é de conhecimento do Ministério Público.

Com isso, esgota-se nossa competência sobre o assunto, que se resume em receber a demanda, encaminhá-la ao setor responsável e responder ao solicitante.

No mais, estou à disposição para mais esclarecimentos.

saudações coloradas,

Najla Diniz

Ouvidora Geral