Teoria marciana sobre corrupção no Brasil
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Marciano é papo reto: “Vou te dizer mais: a Polícia Federal está certa em não dar mole e age em total autonomia. Só precisa ir mais longe e investigar todo mundo; por enquanto, não usa toda a autonomia de que dispõe. Vou te mostrar uma leitura cínica das coisas: o Brasil é um país de desonestos. Quem está no poder, rouba; quem está na oposição, combate a corrupção. Quando a direita governa, porém, não se deixa investigar; logo, não é condenada. Não há crime; quando a esquerda está no poder acontece o oposto: ela sofre pressão da mídia e da justiça, controladas pela direita, e deixa-se investigar ou não pode evitar que isso ocorra; como rouba, é descoberta. Fica desmoralizada. Perde todo o terreno conquistado”.
O danado do Marciano também faz crítica de mídia: “Quando tu atacavas o PT, a direita te amava. Quando passaste a elogiar certas políticas petistas, viraste um monstro para a direita e boa pessoa para a esquerda. A direita elogiava teu estilo. A esquerda louvava teu texto. Tudo conversa fiada: direita e esquerda só gostavam de achar que defendias suas ideias. Jamais deram a mínima para a forma do que escreves. No Brasil, só uma coisa interessa: ideologia. Poucas vezes se viveu uma ideologização tão extremada. O cara que fala em ponderação é apenas mais um sacana ideológico dissimulando sua posição. O mala que fala em imparcialidade é charlatão ou burro”.
Marciano é implacável: “Só tem jogo de poder nessa parada. Tudo farinha do mesmo saco. Pura encenação. Até o Sérgio Moro está jogando para a plateia: age por vaidade e por ideologia. Não tem santo. O negócio é ficar de olho aberto e desconfiar de todos. Vai ficar pior. A oposição vai gostar. A situação merece o perrengue que está passando. Lula e sua turma viraram lobistas de empreiteiras e ganharam agradinhos em troca dos favores que fizeram aos amigões. Em breve, tudo voltará ao normal: direita no poder, esquerda na sarjeta, poucos escândalos de corrupção na mídia, nada de políticas sociais, um paraíso. Por mim, estava bem assim: a direita no poder rouba e não distribui; a esquerda no poder roubou, mas ao menos deu umas migalhas para o povo. Sei que é uma droga. Sei que é pouco. Pior é nada. A esquerda é papinha para a direita. Sempre se lambuza e cai na armadilha. Foi assim em 1954 e em 1964. Coisas de novo rico. Pobre esquerda, em matéria de esperteza jurídica, toma laço da direita”.