AFA se supera e anuncia Argentina com técnicos interinos até o final do ano

AFA se supera e anuncia Argentina com técnicos interinos até o final do ano

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Ex-meia Pablo Aimar faz parte da comissão técnica das seleções de base da Argentina - Foto: AFA/ Divulgação / CP


A falta de organização na AFA é conhecida, mas dessa vez os dirigentes atingiram algo impensado. Por falta de consenso no nome do novo treinador, o presidente da entidade, Claudio Tapia, anunciou nesta quinta-feira que a seleção argentina não terá um técnico contratado até o final do ano. Dessa forma, Lionel Scaloni, Pablo Aimar e Martín Tocalli, atualmente treinadores da base, serão responsáveis por comandar a Argentina nos amistosos do segundo semestre de 2018.

Em seu discurso, Claudio Tapia afirmou que o período sem treinador será aproveitado para a construção de um projeto para a seleção que vai incluir também a base. A verdade, no entanto, é que por trás da decisão está uma briga política que envolve o próprio Tapia e o vice-presidente da AFA, Daniel Angelici, que é também presidente do Boca Juniors.

A raiz do imbróglio está na disputa pelas verbas oriundas dos direitos de televisão do Campeonato Argentino. Como presidente do Boca, Daniel Angelici defende o lado dos clubes da primeira divisão. Claudio Tapia, que chegou à presidência da AFA pelos votos das equipes menores, é favorável a um aumento nos valores repassados aos clubes da segunda divisão. A queda de braço tem influencia direta na indefinição sobre o novo treinador da seleção.

Como é sabido, os principais treinadores argentinos – Diego Simeone, Mauricio Pochettino e Marcelo Gallardo – não estão dispostos a deixar seus clubes para assumir a seleção neste momento. Outros nomes, como José Pékerman, Ricardo Gareca e Matías Almeyda, não têm força para gerar um consenso entre os dirigentes no meio dessa disputa por poder.

A seleção argentina mais uma vez sairá prejudicada. Tendo a Copa América em junho de 2019, o novo treinador terá menos de seis meses para preparar a equipe para disputar a competição no Brasil e tentar quebrar o jejum de títulos da Albiceleste que a essa altura já será de 26 anos. Tem ainda o tema Lionel Messi. O capitão argentino não se manifestou publicamente depois da Copa do Mundo e sua continuidade na seleção é uma incógnita. É difícil imaginar que Messi irá aceitar disputar os amistosos deste ano sem a Argentina ter sequer um treinador definido.

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