Quando nem Messi salva: Argentina tem estreia decepcionante na Copa do Mundo

Quando nem Messi salva: Argentina tem estreia decepcionante na Copa do Mundo

publicidade

Messi perdeu pênalti na estreia da Argentina no Mundial - Foto: Francisco Leong / AFP / CP


A Argentina estreou na Copa do Mundo de 2018 neste sábado de forma decepcionante. A seleção de Jorge Sampaoli jogou um futebol fraco e apenas empatou com a Islândia em Moscou. O gosto do resultado ruim ficou mais amargo porque o craque Lionel Messi teve nos pés a chance para garantir a vitória no segundo tempo, mas bateu mal um pênalti que acabou defendido pelo goleiro Halldorsson.

Sampaoli surpreendeu nos treinamentos do começo da semana quando optou por escalar o meia Salvio na lateral direita no lugar de Mercado. Por contar com um jogador mais ofensivo na defesa, ele montou a dupla de volantes com Mascherano e Biglia para ter maior proteção no meio-campo.

Pois nada disso funcionou no primeiro tempo. A Argentina teve uma posse de bola improdutiva com os dois volantes sem capacidade de infiltração e não encontrou em Salvio uma jogada forte ofensivamente pelo lado. Na defesa, a falta de costume da marcação de jogador do Benfica deixou a defesa exposta pelo setor direito.

Mesmo sem jogar bem, a Argentina saiu na frente aos 18 minutos em gol de Kun Agüero. A jogada teve participação importante do zagueiro Marcos Rojo, que deixou a linha defensiva para invadir o campo de ataque e dar o passe para o atacante do Manchester City marcar o seu primeiro gol em Copas do Mundo.

O gol cedo deveria dar tranquilidade para a Argentina, mas a Islândia empatou logo em seguida em lance que teve falha do goleiro Caballero, outra aposta controversa de Sampaoli. O empate claramente deixou nervoso o time argentino, que passou a cometer mais erros defensivos. O primeiro tempo incrivelmente terminou com a Islândia tendo duas chances perigosas.

A Argentina voltou com o mesmo time para o segundo tempo, mas Sampaoli acabou fazendo uma mudança logo aos 12 minutos com Banega no lugar de Biglia. O ponto positivo da segunda etapa foi que a Argentina pelo menos parou de sofrer defensivamente.

Na parte ofensiva, porém, as dificuldades seguiram. Banega se aproximou de Messi, mas o camisa 10 seguiu sem conseguir construir. Ele até deu o lançamento para Meza sofrer o pênalti. Mas ao errar a cobrança, Messi e o time inteiro voltaram a sentir os velhos problemas de confiança do selecionado argentino.

Messi misturou nervosismo com a vontade de tentar compensar o pênalti perdido. Passou a apostar mais nas jogadas individuais e nos chutes de fora da área. Mas nada disso dava certo. Teve duas faltas perto da área, uma mandou por cima e a outra na barreira. A melhor jogada do camisa 10 foi aos 35, quando acertou um bom chute que passou raspando o poste direito.

Na parte final do jogo, Sampaoli fez as últimas trocas na equipe. Pavón e Higuaín entraram nos lugares de Di María e Meza. O jovem atacante do Boca Juniors foi quem mais apareceu. Ele chegou a reclamar de pênalti logo em seu primeiro lance, que o árbitro polonês entendeu como lance normal, e acertou um belo chute cruzado aos 40 minutos, que parou em mais uma defesa de Halldorsson. Higuaín quase não tocou na bola.

No último lance do jogo, Messi carregou a bola e sofreu outra falta perto da área. Mas o camisa 10 bateu novamente na barreira perdendo mais uma chance de dar a vitória à Argentina.

Após o apito final da partida, as câmeras da Fifa mostraram Diego Maradona fazendo um sinal de apoio a Lionel Messi em direção à torcida argentina. Messi, claro, merece ser apoiado pelos torcedores, mas precisa muito mais de apoio do time, de seus companheiros e de Jorge Sampaoli. O jogo de hoje foi mais uma prova de que depender apenas da qualidade do craque não basta para a Argentina ter sucesso na Copa do Mundo.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895