Sede nova do MACRS terá amplo espaço e novidades em Porto Alegre

Sede nova do MACRS terá amplo espaço e novidades em Porto Alegre

Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul vai ter casa definitiva no 4º Distrito

Guilherme Sperafico

A diretora do museu, Adriana Boff, ressalta que esse é um momento importante porque ter uma sede própria era uma demanda de 30 anos do MACRS

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Avançam as obras da sede definitiva do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS 4D), no 4º Distrito de Porto Alegre. Iniciadas no final do ano passado, as melhorias abrangem a requalificação do prédio, que terá foyer, loja, galeria expositiva e área administrativa, bem como a criação de uma praça frontal para integrar a entrada ao pátio, a separação entre a entrada e as galerias de exposições. O espaço externo receberá uma cafeteria.

Recentemente, as estruturas metálicas foram reaproveitadas, passando por um processo de pintura com posterior recolocação e ajuste de altura. Também foram feitas demolições na área interna e no reservatório de água. No pátio, são feitas escavações para as instalações elétricas e hidrossanitárias. As bases para receber os três contêineres que abrigarão sanitários, vestiário, área técnica e operação gastronômica também estão prontas.

A próxima etapa prevê a demolição do piso interno para fazer as instalações elétricas e pluviais, bem como a concretagem do novo piso. A parte externa terá o Jardim de Esculturas, com obras tridimensionais que já existem no museu e com outras que ainda serão produzidas, além da Arena das Artes, que será utilizada para atividades diversas, como teatro, cinema e música. Haverá, ainda, bancos, espelho d’água e paisagismo.

O local adaptado para abrigar o MACRS 4D está localizado na rua Comendador Azevedo. As obras são realizadas com recursos oriundos do programa Avançar na Cultura. A reforma e ampliação do espaço possui investimento de R$ 3,2 milhões do governo do Estado. O museu foi criado em 1992 e instalado na Casa de Cultura Mario Quintana.

As melhorias estruturais permitirão que a comunidade e os visitantes utilizem o Museu, que abrigará as esculturas do acervo da instituição e será, também, um espaço educativo para os projetos sociais já iniciados pela Associação dos Amigos do Museu (AAMACRS). As obras são realizadas pela empresa Plano M Construtora, contratada em licitação. O prazo inicial estipulado para execução das obras é de sete meses, contados a partir do início, que se deu em fevereiro.

Sonho de 30 anos

Para todos que fazem parte do Museu de Arte Contemporânea do RS (MACRS 4D), a mudança que está prestes a se realizar é tratada como um marco histórico após três décadas de espera.

A diretora Adriana Boff ressalta a importância desse momento para as artes visuais do Estado. “Ter uma sede própria é uma demanda de 30 anos. O MACRS foi criado em 1992 com uma sede provisória. Então, na verdade, a gente está entregando 30 anos depois esse sonho. Isso, para a arte contemporânea e para as artes visuais do Estado, é um grande avanço, que as coloca em um panorama nacional, porque a gente vai ter realmente uma galeria de um porte importante”, destaca.

A construção da sede definitiva do MACRS 4D foi anunciada no final do ano passado e iniciou em fevereiro. O prédio, que já pertencia ao governo do Estado, foi destinado para a Secretaria de Cultura em 2019. Anteriormente, o local servia como uma espécie de depósito de carros da Polícia Civil. Nos anos seguintes, foi apresentado o projeto arquitetônico, encomendado pela Associação de Amigos do Museu e submetido para a aprovação da Secretaria de Obras do Estado. Essa etapa de aprovação ainda durou cerca de um ano e meio, até que foi iniciado o processo de licitação, que também levou aproximadamente um ano até a assinatura, em dezembro.

A nova sede do museu também será um espaço educativo e comunitário que abrigará esculturas do acervo da instituição e promoverá projetos sociais. Apesar de ainda não ter data para ser inaugurado, a primeira mostra artística do novo espaço já está definida.

A exposição será do artista visual Eduardo Srur, com a “Natureza Plástica - Da Margem à Beleza”. “Srur se destacou na cena artística por suas intervenções urbanas, quando passou a utilizar o espaço público para chamar a atenção para questões ambientais e o cotidiano nas metrópoles, para ampliar a presença da arte na sociedade e aproximá-la da vida das pessoas. A cidade é o seu laboratório de pesquisa para a prática de experiências artísticas”, relata Adriana. Depois da exposição inicial, haverá um cronograma.

Além das intervenções artísticas que ficarão expostas no interior do prédio por aproximadamente quatro meses, a parte externa receberá obras e esculturas. Boa parte das estruturas será nova, já que o espaço na Casa de Cultura Mário Quintana permanecerá com exposições já existentes.

Um dos principais objetivos dos próximos meses para a diretoria do museu, será a integração com a comunidade do 4º Distrito. “Temos um programa que já começamos o ano passado e, agora a gente vem para a segunda fase, que se chama ‘Do Lixo à Arte’, que é um projeto de capacitação, de trabalho com a comunidade pensando não só na fruição de arte, mas na formação e capacitação das pessoas para novas funções”, explica Adriana. O projeto que terá 78 atividades, entre oficinas e palestras, que vão acontecer no território do 4º Distrito. Diversas instituições do bairro serão envolvidas para que as atividades sejam desenvolvidas nos locais.

Também está em andamento a qualificação da Galeria Xico Stockinger, principal espaço expositivo da instituição atualmente, localizado na Casa de Cultura Mario Quintana. Todas as telhas da cobertura e o revestimento vitrificado da fachada serão substituídos e será instalado um novo projeto luminotécnico. O investimento é de R$ 1,3 milhão, também com recursos do Avançar na Cultura. Até o momento, o forro de PVC já foi retirado e toda a parte elétrica, rebaixada. A estrutura metálica foi lixada e está recebendo nova pintura. Na próxima etapa, haverá instalação das calhas e troca das telhas.


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