Ancestralidade: um norte na vida de Eliane Potiguara

Ancestralidade: um norte na vida de Eliane Potiguara

Primeira escritora indígena no Brasil é uma das atrações da Feira do Livro nesta quarta-feira

Escritora indígena no Brasil é uma das atrações da Feira do Livro

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Eliane Potiguara é uma das representantes da cultura indígena na 66ª Feira do Livro de Porto Alegre. O encontro virtual com a autora aconteceu das 9h às 10h, voltado para o público infantil e juvenil. Escritora desde os 7 anos, Eliane transformou a infância com os avós e tias em histórias e personagens, que hoje fazem parte de suas obras literárias. “Como eu fui criada dentro de casa, sem a percepção do mundo, toda a minha inspiração é baseada nas histórias delas (tias)”, disserta.

A ida da família Potiguara da Paraíba para o Rio de Janeiro, com a perspectiva da construção de um gueto indígena na cidade, proporcionou momentos dolorosos, de fome, de perseguição e de falta de lugar para passar a noite. Esse passado difícil transmitido por Eliane, com a junção de lendas indígenas e de uma mentalidade criativa, dão origem às obras fictícias, culturais, cosmológicas e visionárias, voltadas para a filosofia da ancestralidade.

Com uma gama enorme de personagens, ela conta que suas obras trazem uma mescla entre familiares, que agora protagonizam as histórias em seus livros, e o imaginário. “Os personagens variam. Por vezes, eu troco o nome das pessoas com quem convivi”, explica.

Quem participou do encontro virtual, teve a possibilidade de uma troca rica de cultura, embora Eliane ainda esteja direcionando a sua apresentação. Entre os temas abordados estava a opressão que os povos indígenas sofreram nos últimos 520 anos. Nos relatos, não faltaram a relevância do índio na política, na Medicina e na literatura, por exemplo. “Nós temos um protagonismo indígena em formação”, acentua.

Gustavo Machado / Unisinos

 


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