Ler é sinônimo de liberdade

Ler é sinônimo de liberdade

A leitura é uma forma de viajar o mundo sem sair do lugar e de conhecer pessoas de diversas etnias

Nikolas afirma que seu hábito de leitura foi afetado positivamente pela pandemia do novo coronavírus

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A pandemia da Covid-19 chegou com força e levou pessoas do mundo inteiro a adotar medidas como o isolamento social. Esse distanciamento fez com que a maioria da população se sentisse entediada, sozinha e, até mesmo, doente psicológica e mentalmente. Os livros tornaram-se uma grande companhia e oportunidade de conhecimento e entretenimento nesse momento complexo.  De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo e o 5º colocado em casos de depressão. 

O levantamento da OMS aponta que 9,3% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade, enquanto que a depressão afeta 5,8% da população. Maribel Dresch é psicóloga e atende, diariamente, os mais variados casos de ansiedade e de estresse emocional em seu consultório. Mesmo com a realização de um tratamento ou de um acompanhamento psicológico, estratégias para criar momentos mais tranquilos que trazem uma sensação de paz, são estabelecidas, como por exemplo, a leitura. 

Diante de tantas possibilidades para a leitura, principalmente para quem não tem o hábito de exercê-la, Maribel traz uma opção que se encaixa com o momento ao qual todos vivem. “Mudamos comportamentos, mas adequar novos hábitos é mais difícil. Nesse momento em que precisamos nos reinventar, penso ser uma leitura bem pertinente”, explica. Conforme a psicóloga, a razão pela qual a leitura é recomendada por todos os profissionais ocorre pela diminuição dos hormônios que causam estresse e ansiedade.

A doutora em Letras e professora da Universidade Feevale, Lovani Volmer, destaca que a leitura literária, enquanto prática, permite que a pessoa conheça diferentes realidades e contextos, viva situações diferentes e conheça o mundo, sem sair do lugar. “A leitura é sinônimo de liberdade. A literatura nos humaniza de certa forma, pois nos permite estar no lugar do outro e nos transforma em seres mais empáticos”, ressalta. 

Ainda que seja um hábito importantíssimo, apenas pouco mais da metade dos brasileiros têm o hábito de ler, totalizando 52% da população, segundo dados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Itaú Cultural. Analisando por um dado socioeconômico, as classes A e B têm níveis mais altos de leitura do que C, D e E. “Considerando o valor que a literatura tem na constituição das pessoas, a necessidade de termos políticas públicas é cada vez maior. É preciso que todos tenham acesso à leitura e que não fique restrita apenas aos que têm condição de ter um livro em casa”, salienta Lovani. 

Formado em Publicidade e Propaganda, Nikolas Becker afirma que seu hábito de leitura foi afetado positivamente pela pandemia do novo coronavírus. “Desde o começo do isolamento já li várias histórias em quadrinhos e, agora, estou voltando a ler a saga Harry Potter. Nesse período, acabei criando uma rotina bacana, todos os dias, antes de começar a trabalhar, eu tiro uma hora para ler pelo menos um capítulo de algum livro”, revela.  


Confira cinco dicas para práticas efetivas para melhorar o seu hábito de leitura:

* Escolha livros do seu interesse

* Separe um horário para ler

* Aproveite os momentos de ócio

* Estipule uma meta de leitura

* Faça um relatório de leituras realizadas

Brenda Lopes / Faculdade São Francisco de Assis
Fernanda Carvalho / Universidade Feevale 
Gustavo Machado / Unisinos


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