O que sente quem vende na feira: outro lado da história

O que sente quem vende na feira: outro lado da história

A ligação pessoal dos livreiros com a literatura

Henrique Tanger*

Já se perguntou qual livro quem está do outro lado do balcão compraria?

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O normal é os livreiros perguntarem: “qual livro você procura?”, mas já se perguntou qual livro quem está do outro lado do balcão compraria?

Do lado de dentro da banca, e protegidos do mau tempo que parece perseguir o evento, os livreiros da 68ª Feira do Livro de Porto Alegre, além de animados pela alta das vendas, também se contagiaram pela chuva cultural no centro da capital.

Entre eles, uma coisa foi unanimidade: todos eles ficaram mais motivados com a leitura durante o andamento da feira. Os relatos são que o contato com o público os empolga ainda mais para o hábito da leitura.

Livreiro há mais de dez anos Guilherme Dullius, falou sobre a correria durante o evento, “durante a feira a gente não tem muito tempo para ler, então a gente lê mais orelha ou contracapa”, já que nessa época especial do ano o movimento para as vendas é gigante. Por fim, explica que consegue tempo na agenda apenas para desfrutar de “crônicas ou contos”.

A procura dos livros é também um termômetro para os livreiros decidirem o que consumir, já que eles, mais do que ninguém, sabem o que está em alta no mercado literário. Cada um possui uma “pesquisa” interna sobre suas vendas, acabando muitas vezes caminhando rumo aos best sellers como opções mais chamativas.

Os livreiros que possuem outras profissões fora do período da feira, mostraram ter interesses mais específicos, como é o caso do publicitário Rogério Vargas, que explica que por trabalhar com a comunicação sempre busca conteúdos em sua área, e ainda mostrou sua alegria em ver os jovens interessados pelos livros físicos “muita gente correndo atrás dos livros e deixando um pouco os e-books de lado” exclamou.

Ainda revelam que muitas vezes se veem presos aos títulos que trabalham, como relata a livreira Carolina Magalhães, que afirma que acaba muitas vezes “focando muito nos livros da própria editora” sendo a feira “um momento para conhecer novas obras e gêneros”, já que a oferta de livros é gigante e pode assim, furar a bolha literária que está incluída no dia a dia.

* Estudante da UniRitter


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