Oficina valoriza o pensamento no processo de aprendizagem de gramática

Oficina valoriza o pensamento no processo de aprendizagem de gramática

Evento aborda as atuais formas de ensino

Miguel Campana*

A Oficina "Como aprender gramática pensando mais e decorando menos?” é ministrada por Paulo Flávio Ledur

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Nos dias de hoje muito se discute a forma como o ensino nas escolas brasileiras deve ser conduzido. Há um grande embate entre os métodos mais tradicionais, em que o aluno é passivo e apenas receptor de informação, e a chamada aprendizagem interativa, que se baseia em um maior engajamento dos alunos resultado de trocas constantes entre eles e os professores. Essa discussão foi trazida para a Feira do Livro de Porto Algredeste ano com a Oficina: "Como aprender gramática pensando mais e decorando menos?", de Paulo Flávio Ledur.

O professor chama o público para pensar e debater sobre as diferentes formas de ensino, com destaque para o da gramática. “O objetivo por trás da criação desta oficina é facilitar o caminho do aprendizado da gramática”, destaca Ledur. Para ele, o ensino da Língua Portuguesa deve ser feito valorizando mais a inteligência e menos a memória. Com a frase “A memória torna-se mais útil quando colocada a serviço da inteligência”, o professor destaca que o aluno precisa ser estimulado a pensar mais e decorar menos. No evento, o professor usou como exemplo para essa discussão a sua prova de vestibular. Na preparação para o exame, ele estudou o conteúdo de preposições através do método da “decoreba”. Em uma questão dessa prova, ele marcou a alternativa incorreta pois havia associado um determinado termo de um texto a uma classe gramatical. O que ele deveria ter feito, explica, era analisar o termo dentro daquele texto, e não assumir que ele já pertencia a uma classe gramatical.

Em relação a isso, Ledur afirma que, para ele, o certo é “estudar a gramática dentro do texto, e não decorando listas e regras, o que não leva a nada”. O professor Ledur destacou a relação entre a falta de aprofundamento e da busca pelo mais simples, que se identifica no método da “decoreba”, e a pressa e a liquidez do mundo contemporâneo. “A linguagem é um espírito da época, isto é, o contexto de uma sociedade”, resume.

* Estudante da Ufrgs


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