Saldo: sinônimo de livros ruins?

Saldo: sinônimo de livros ruins?

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Uma senhora passeava entre os toldos da Feira do Livro quando determinou para uma amiga: “Vamos embora, os saldos só tem livros ruins”. Espalhados pela feira, eles chamam a atenção do público ora pelo preço ora pela curiosidade – ali, talvez, há um título que possa vir a se tornar uma leitura interessante por um valor acessível. Os preços variam de R$ 1,00 a R$ 15,00. O critério de exposição no saldo, segundo Rui Gonçalves, da Livraria Palmarinca, é aleatório. Normalmente postam-se os livros estocados há muito tempo, os chamados “encalhados”. Rui cita como exemplo a biografia do mensaleiro José Genoíno.

Sobre o perfil do consumidor da Feira, explica que as pessoas passam, observam e mesmo que seja um assunto normalmente não procurado, compram mesmo assim. Os títulos são novos e variam entre diferentes temáticas, como história, economia, psicologia e comunicação. Maria Regina Vieira, da Livraria Momento cultural, seleciona os saldos em grandes pacotes de livros fechados, unindo estes a trocas que realiza em sua livraria. Os títulos, explica, são novos e usados, mas todos em boas condições de leitura. O acervo é perfeito para leitores descompromissados. Na hora da compra, o livreiro costuma passar longos momentos avaliando o potencial das obras e pensando se vale o investimento.

Uma boa dica para a Feira, portanto, é o visitante se arriscar nos saldos, pois ali pode haver um livro interessante por um preço em conta. A aposentada Eni Maria Duarte comprova esta tese. Ela chegou ao saldo de uma livraria, avaliou pacientemente os títulos e, perguntada de achou o que procurava, respondeu com um sorriso: “Demais até”. Na sacola cheia, adquiriu algumas biografias e obras de cunho religioso, nada que estivesse decidida a comprar, mas levou mesmo assim.

 

Texto e Foto Gabriel Guidotti - IPA


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