Trupe Fantabulástica anima o público infantil na contação de histórias

Trupe Fantabulástica anima o público infantil na contação de histórias

Com espetáculos lúdicos e teatrais, o grupo apresenta livros infantis de forma falada e teatral para todo o tipo de público

Leticia Menezes Pasuch e Thiago Rodrigues Müller *

Trupe Fantabulástica anima o público infantil na contação de histórias

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A área infantil da Feira do Livro é um importante espaço para a formação de novos leitores. É a partir dessa premissa que o grupo Trupe Fantabulástica leva histórias infantis às crianças em forma de contações orais. Com peças recheadas de interações, adivinhas, piadas e canções, as sessões exploram um tema diferente a cada edição do evento. 

Dessa vez, o tema escolhido foi Circo dos Mafagafos, em homenagem à escritora Gláucia de Souza, que está completando 25 anos de carreira e possui um livro de poesia chamado “Saco de Mafagafos”. Além disso, as histórias interpretadas são diversas: “Mil e uma Noites”, “Patinho Feio” e outros, e abordam temas como amizade, bullying, aceitação, meio ambiente, e histórias puramente para se divertir. 

Em um cenário decorado do chão ao teto, os contadores de histórias, com maquiagem e figurinos coloridos, além de uma narrativa repleta de gestualidades, conseguem conquistar e envolver o público infantil. “A gente consegue captar mais o olho da criança e a atenção, porque estamos contando a história do início ao fim com a nossa versão, e colocando outros elementos, gracejos corporais e ações; já no livro, a gente tem que seguir a história como está ali”, diz Carmen Lima. 


Foto: Leticia Menezes Pasuch /  Especial CP

A contadora de histórias, que interpreta a Palhaça Pipoca, destaca que é necessário um preparo de leitura para absorver a história, além de se atentar às nuances e pontuações para tornar a leitura atrativa. “Tem gente que lê mecanicamente, e não tem atração nenhuma. Tu precisas, antes, se apropriar daquele livro e da história para passar a verdade que está lendo”, diz. 

A 68ª Feira do Livro tem a primeira edição totalmente presencial após dois anos de isolamento em função da pandemia. Isso representa, para os pequenos, uma importância ainda maior. Segundo o ator Arthur Cortes, o Palhaço Amendoim, a recepção está sendo maravilhosa, já que conta com crianças que nasceram na pandemia e não conheciam o evento até o momento. “Eu sinto que é só a gente oportunizar, deixar o livro perto, deixar a oratória fluir, que eles acolhem. A criança sempre vai acolher com muito carinho e muito amor”, comenta Cortes.

A autônoma Leni, de 57 anos, trouxe sua neta Priscila para assistir a contação de histórias. Carregando várias sacolas com livros, relata o contato da menina com a literatura falada. Diz que, mesmo com três anos, ela que busca os livros para ouvir as histórias. “Ela também adora contar histórias. Tem que ver ela contando, conta a história do jeitinho dela, mas conta”, revela.

Jonathan Borges, o Palhaço Gran Bolini, define o tradicional espaço infantil da feira como extremamente necessário para contribuir à formação de leitores. “A gente faz tudo de uma forma muito lúdica para causar encantamento. Não se cria o hábito de leitura ou qualquer coisa sem causar encantamento, então é isso que a gente busca através das histórias”, resume.

O espetáculo, embora destinado ao público infantil, diverte todas as faixas etárias. Durante a apresentação estavam presentes também idosos, adultos e adolescentes. Cortes relata que em uma das apresentações do grupo, um senhor de 70 anos, da plateia, participou de um número. Ao término, abraçou-o, emocionado. Conta que o motivo foi não ter tido contato com isso durante a infância. “Eu olhei pra ele e disse, ‘mas a sua criança interior estava preparada, o senhor arrasou’. Isso é muito emocionante”, conclui.


Foto: Leticia Menezes Pasuch /  Especial CP

As contações de histórias acontecem na tenda da primeira infância Circo dos Mafagafos, localizado à frente do Memorial do Rio Grande do Sul. As sessões seguem até o último dia da feira, 15 de novembro, e recebem todo tipo de público. O espaço também conta com rampas de acesso e intérprete de libras.

Durante a semana, ocorrem duas apresentações pela manhã e duas à tarde. Às 18h, a sessão “Todo Mundo Pode Contar Histórias” traz escritores convidados. Aos sábados e domingos, as apresentações se iniciam às dez da manhã e seguem de hora em hora. Maiores informações sobre a programação podem ser encontradas no site da Feira do Livro

* Estudantes da Ufrgs

 


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