A necessidade do feriado
A maioria dos brasileiros não têm feriado. Os trabalhadores do campo nem sabem o que é isso. Os operários das indústrias, os que estão na linha de frente, não param nunca suas produções. Os policiais do front não têm folga, ao contrário, quando a sociedade tem seus feriadões e comemorações, aí é que o policiamento é reforçado e se cortam as folgas desses profissionais. Os hospitais não param, nem grande parte dos postos de saúde. O comércio, dos shoppings aos mercados de praias e lojas, não para. Os motoristas seguem transportando gente e cargas país afora. Portanto, não é a maioria dos brasileiros que descansa num feriado.
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É comum a gente ouvir alguém falar, com desdém, que brasileiro gosta mesmo é de feriado. Bom, pode até ser que boa parte dos brasileiros goste mesmo de um descanso. Que mal há nisso? Porém, sou capaz de apostar que a esmagadora maioria dos brasileiros não têm feriado. Portanto, nem tem motivo para euforia nessas datas especiais.
Não se engane, feriado não é coisa de brasileiro. É algo universal. Na Babilônia, há uns 4 mil anos atrás, o povo já tinha seu dia reservado para parar de trabalhar e celebrar o novo ano (seria o nosso 15 de março, hoje). Gregos e romanos também celebravam feriados. E, até a comemoração oficial pela queda da Bastilha a cada 14 de julho, na França, que foi o primeiro feriado civil oficial da História, essas datas tinham relações com motivos religiosos. Era hora de parar um pouco, festejar, se alegrar, refletir, orar, agradecer, pedir, etc. Enfim. Dar um tempo para a cabeça. Nunca foi mera preguiça.
Getúlio, o paizinho dos trabalhadores, tentou reduzir os feriados brasileiros pela metade. Não deu certo.
Todos nós precisamos dar uma parada. Todos nós merecemos o descanso. Nesse mundo tecnológico e frenético, mais ainda. E meu conselho vai além: desgrude do celular. Esqueça um pouco as redes sociais, os aplicativos de mensagens, a loucura da informação rápida. Essas coisas tendem a ser usadas em excesso e não fazem bem, nem para a mente, nem para o corpo. Descanse de verdade. Desligue.
O grande problema é que a maioria dos brasileiros não têm feriado. Os trabalhadores do campo nem sabem o que é isso. Os operários das indústrias, os que estão na linha de frente, e que são a grande maioria, não param nunca suas produções. Os policiais do front não têm folga, ao contrário, quando a sociedade tem seus feriadões e comemorações, aí é que o policiamento é reforçado e se cortam as folgas desses profissionais. Os hospitais não param, nem grande parte dos postos de saúde. O comércio, dos shoppings aos mercados de praias e lojas, não para. Seus trabalhadores não têm feriado. Os motoristas seguem transportando gente e cargas país afora.
Qual brasileiro, mesmo, tem feriado?
Não, não é a maioria.
E isso até me deixa triste. Todo cidadão deveria ter direito a um feriadão periódico. Fosse a sua atividade intelectual ou braçal. Mas ainda sofremos com a hierarquia dos direitos, e nem todas as profissões conseguem proporcionar um descanso justo e merecido aos seus profissionais.
Preste atenção ao seu redor, quando passear no seu feriado. E verá a enormidade de gente que segue trabalhando. Então, por favor, não fale mal do povo brasileiro. Ele inclusive produz muito para quem ganha tão pouco.
