Fatalidade ou falta de segurança na via?

Um carro em pane na estrada. Cena comum no cotidiano das rodovias. Um guincho é acionado junto á concessionária que explora aquele trecho. Comparece. O guincheiro, preocupado com a segurança das pessoas que estavam no carro, pedem que elas entrem no veículo. É madrugada, afinal. Tem neblina. É um trecho onde a velocidade dos veículos costuma ser elevada.

Parecia que tudo acabaria bem.

Mas não.

O que levou a carreta, que veio em seguida e colheu o carro e o caminhão do guincho, a causar essa tragédia, a investigação e a perícia irão dizer. Falha humana ou mecânica? Incidente ou imprudência? O fato é que duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas. Justo no instante em que respiravam aliviadas pelo socorro prestado.

Porém é necessário voltar a um tema essencial, aqui. Nossas estradas são construídas para oferecer segurança a quem está nelas? Os acostamentos são largos o suficiente? Afinal uma pane, ou até mesmo o mal súbito de um condutor, não escolherá exatamente os tais recuos. Isso quando existem - há rodovias asfaltadas que não oferecem nem meio centímetro para pedestres ou ciclistas, e isso em zonas rurais, onde crianças caminham muito para chegar em suas escolas, basta um giro por aí para vermos.

O imprevisto pode acontecer em qualquer lugar. Mas quantos lugares podem acolher um imprevisto com segurança?

Ah, Oscar, mas aí tu queres falir as empresas. Vai ficar muito caro construir estradas totalmente seguras, é utopia.

Tá. Mas eu prefiro a utopia de sermos mais humanos. De nos respeitarmos plenamente. De colocarmos a vida em primeiro lugar em tudo, em todos os detalhes, e não o lucro ou déficit. 

A investigação dessa tragédia apontará responsáveis. Mas quem nos coloca em estradas inseguras, dando de ombros para o que vai acontecer depois, também precisa entrar no circuito de pensar na segurança. E nas pessoas.

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