Quem ainda ousa enfrentar a nossa Polícia?

Quem ainda ousa enfrentar a nossa Polícia?

Oscar Bessi

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O assalto ao carro-forte em Guaíba, nesta última quarta-feira, teve elementos cinematográficos. E, também, demonstrações de uma falta de inteligência clara por parte dos criminosos. Já foi o tempo em que assaltantes conseguiam se dar bem no Rio Grande do Sul. Nossas forças de segurança estão preparadas para reações rápidas, totais, por terra, água e ar, então não há chance. Já dava para saber disso. Mas não. Eles tentam. Vivemos dias em que os grandes roubos não ocupam mais nossas manchetes, pois não acontecem. Tanto que tem ex-assaltante de banco virando nerd para aplicar golpe nas redes. Que nas ruas, tem Polícia. Talvez desavisados, ou apenas ignorantes sobre nossa realidade, criminosos fortemente armados e disfarçados de policiais civis atacaram um carro-forte em Guaíba, em frente a um supermercado. Investiram no assalto. Carros caros, fuzis, coletes, munição farta, disfarces, miguelitos para todo lado na rodovia. Deu no que deu.
Mal haviam saído do local do crime, a Brigada Militar já estava no cangote dos delinquentes. As rotas e possibilidades de fuga eram muitas. Não adiantou. Por terra e por água, e com a rapidez da entrada em cena do seu batalhão aéreo, a BM já anunciava que o padrão seria seguido. Ou seja, todos seriam capturados. Batalhões como Bope e BPChoque, além das Forças Táticas, vivem treinando para enfrentar justamente esse tipo de situação. Insanidade pensar em se dar bem contra essas tropas de elite. Mas os bandidos, teimosos, mesmo depois de ter que abandonar boa parte do roubo, ainda tentaram o enfrentamento, fazer reféns, prosseguir numa fuga insana que não teria mais como dar algum resultado. Em pouco tempo, dois presos. E dois criminosos tombaram ao tentar matar os policiais que os seguiam. As forças de segurança, estaduais e federais, de imediato se uniram numa resposta rápida e articulada. Até embarcações da Marinha ajudaram no cerco.
Ninguém quer que crimes aconteçam, ninguém aprecia eventos onde haja mortes de quem quer que seja, mas a gente se orgulha quando essas ações mostram como somos fortes. Nós, gaúchos, representados pelas nossas polícias cidadãs contra o crime. Por mais que algumas facetas dele estejam entranhadas e quase invisíveis em nosso cotidiano, no formato asqueroso da corrupção, e isto nos chateia. São tempos promissores neste campo. Policiais veteranos, que viveram dias difíceis, de salários e sem equipamentos há não muito tempo, sem apoio e sem tecnologia nas ações, vibram ao ver o aparato que hoje se reúne num piscar de olhos para enfrentar essas quadrilhas que têm cada vez mais armas e recursos, mas não são páreo para as nossas polícias. Eles podem tentar. Vão se dar mal sempre. Só desejo que, no próximo ano, prossigamos vencendo. E se vencermos na Educação, para estancar essa fábrica de bandidos criados por moda e opção, então melhor ainda. 


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