500 Milhas de Indianápolis: Castroneves mostra todos os recursos em recuperação memorável

500 Milhas de Indianápolis: Castroneves mostra todos os recursos em recuperação memorável

Tetracampeão recortou pelotão como lâmina afiada e avançou 20 posições ao longo da prova

Bernardo Bercht

Brasileiro mostrou visão tática e agressividade para escalar pelotão

publicidade

A corrida de Hélio Castroneves podia ter uma transmissão só para ela, nas 500 Milhas de Indianápolis de 2022. Que sabe aparece um onboard completo em algum momento, pois o brasileiro operou talvez uma das grandes performances da sua carreira, rumo a um sétimo lugar que fez pouco jus à pilotagem.

O brasileiro mirou num começo tático para a prova, mas ainda assim ganhou rapidamente quatro posições da largada até os primeiros pit-stops. Ele tinha o planejamento de alargar suas paradas para, talvez, poupar um pit.

Por conta disso, fez 37 voltas no primeiro tanque de combustível. De certa forma, foi uma aula de conservar energia no vácuo, pois mesmo sendo um dos últimos a parar, nunca saiu da briga no pelotão.

No segundo stint, a bandeira amarela do acidente de Callum Ilott obrigou uma correção de rota, mas a essa altura Hélio já era um dos pilotos mais agressivos da pista e engolia o pelotão como poucos.

Rapidamente já figurava no top 20 e, nas relargadas seguintes mostrou uma faceta pouco rotineira. Desta vez o carro rosa costurando o pelotão e passando dois carros por fora, rente ao muro, não era Alex Rossi. Era o número 6 de Castroneves, com sangue nos olhos e uma gana imensa para avançar.

Helio enfatizou a confiança no acerto do carro, antes da prova, e comprovou colocando onde queria para passar por dentro e por fora. E sem nunca deixar a famosa "linha Castroneves" na Indy 500. O brasileiro faz um traçado incomum, que raras vezes busca a tangência mais interna da curva.

E foi dessa forma que, como planejado, a 50 voltas do fim Castroneves estava em 11º, no vácuo do top 10 para almejar algo maior. Vieram mais amarelas, as mazelas de Scott Dixon e, de repente, ele brigava pela sexta colocação.

Embalado, chegou em Simon Pagenaud e botou por dentro. Mas o colega de equipe francês fechou a porta e cortou o impulso do brasileiro. Após a corrida, Helio manifestou inconformidade com a manobra. Atrás de um carro com acerto similar, acabou encaixotado no avanço definitivo.

Ainda assim, nas voltas finais superou Pagenaud e cruzou em sétimo lugar. Ficou uma história do que poderia ter sido, caso estivesse no top 5, com toda a ação, para a definitiva relargada. Ainda assim, com 20 posições conquistadas desde a largada, foram 200 voltas para mostrar quem ainda é soberano na Brickyard.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895