Brasileiro prepara os pilotos da Foyt e aponta o grande desafio mental da Indy 500

Brasileiro prepara os pilotos da Foyt e aponta o grande desafio mental da Indy 500

Jonatan Jorge trabalha com Kyle Kirkwood e Tatiana Calderon

Bernardo Bercht

Coach de pilotos conta bastidores da preparação para desbravar o oval

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A preparação mental é um ponto chave para encarar as 500 Milhas de Indianápolis. Das pistas de kart do Rio Grande do Sul e do Brasil, passando por Europa e Estados Unidos no automobilismo, o porto-alegrense Jonatan Jorge acumulou experiência que agora utiliza para ajudar uma nova geração a trabalhar o aspecto psicológico, além de aperfeiçoar sua pilotagem.

Fernandes trabalha com Kyle Kirkwood desde a Fórmula 4 e o campeão da Indy Lights pediu para ter o brasileiro nos boxes da equipe Foyt. "Eles gostaram do que fazemos com o Kyle e decidiram passar para todos os pilotos. Então agora estou trabalhando também com a Tatiana Calderon", comentou.

De acordo com Jorge, Indianápolis é muito peculiar na exigência para o piloto. "No oval é muito mais o carro, é difícil fazer a diferença. Mas são os detalhes. É pequeninho, mas você acha várias coisinhas e começa a agregar", avaliou. No conjunto de 200 voltas, cada detalhe vai compondo um conjunto essencial para um Hélio Castroneves chegar a suas quatro vitórias, por exemplo.

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O acidente, e a Indy 500 registrou uma senhora pancada de Colton Herta nesta sexta-feira, é outro momento que exige trabalho do preparador de pilotos. "Quando acontece eu quero ser o primeiro a chegar para conversar. Eu tive batidas quando corria e sei que tem duas opções: fica com medo, ou bate, não acontece nada e acha que virou invencível", ponderou.

"A gente tenta treinar para não pensar na repercussão", analisa Jorge. "Vê o que aconteceu, analisa para não repetir, mas parte para a próxima."

Ainda sobre a Indy, o coach vê um ambiente único de competição. "Quando está numa corrida aqui, com os carros no grid, você sente uma energia diferente", comentou. "Eu me dei conta só em 2020, quando não tinha público na corrida. Me arrepio falando, pois parecia um teste. Os fãs nos dão uma energia que não acontece em nenhum lugar do mundo", enfatizou. "Mas para o piloto a gente tem que conscientizar que o trabalho na garagem é o mesmo. Até a hora da corrida começar", frisou.


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