Crise econômica nos calcanhares do automobilismo de alto rendimento

O automobilismo mundial foi atingido por uma onda de más notícias nas últimas semanas. Primeiro foi o fechamento da fabricante de chassis e componentes Lola Cars. Em seguida, no entanto, duas montadoras resolveram engavetar seus projetos mais recentes de envolvimento com o Mundial de Rally (WRC). Para piorar, mais uma tradicional marca de competições britânica está na berlinda: a fabricante de motores Cosworth, colocada à venda.

Mini e Ford justificaram o cenário econômica mundial para "reavaliar" seus investimentos e definiram que os carros Countryman e Fiesta não terão apoio de fábrica em 2013 no WRC. Algumas equipes devem continuar usando os modelos, mas certamente será um baque no lado promocional da categoria.

Mais grave, contudo, é a situação da Cosworth. A empresa pretendia entrar no mercado de ações, no começo do ano, mas os débitos se acumularam e foi necessário para o atual proprietário majoritário Kevin Kalkhoven (que também é dono da equipe KV Racing na Fórmula Indy).  A fabricante garante que manterá o fornecimento de motores para HRT e Marussia em 2013, mas não pretende seguir na categoria em 2014 quando mudam as regras para motores turbo de menor capacidade volumétrica.

Enquanto a crise global dá sinais fortes, a bolha da F-1 ignora o que pode abalar a categoria a médio prazo. Os acionistas da categoria discutem apenas as cotas de rendimento de cada um, sem dar atenção às necessidades do esporte e equipes. Com o fechamento de fornecedores, o custo para produzir peças e desenvolver em alto nível vai aumentar.

Dentro da própria categoria, por sinal, temos a Lotus, cuja montadora que dá nome ao carro não sabe o que fazer com dívidas e problemas de mercado. Virou uma marca mais que uma vendedora de carros e está na berlinda. Além da Force India e seu endividado dono, Vijay Mallya. Quem sabe quando dois times fecharem em meio à temporada sem Bernie Ecclestone tomar um choque de realidade, a categoria vai reagir...