Ericsson usa força da Ganassi e vence 500 Milhas de Indianápolis, em duelo com Pato O'Ward

Ericsson usa força da Ganassi e vence 500 Milhas de Indianápolis, em duelo com Pato O'Ward

Tony Kanaan foi terceiro e Helio Castroneves fez baita corrida de recuperação, de 29º para 7º

Bernardo Bercht

Piloto usou força da Ganassi e aproveitou azar de Dixon para faturar

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Marcus Ericsson surgiu do meio do grid para uma vitória alucinante nas 500 Milhas de Indianápolis. O sueco surgiu na liderança apenas nas voltas finais e resistiu ao ataque total de Pato O'Ward para entrar para a história do automobilismo, colocando a Suécia no topo da Indy. Tony Kanaan fez uma jornada sem erros para fechar em terceiro lugar.

Fora do top 3, o dia foi marcado pela luta incansável de Hélio Castroneves. O brasileiro mirou o penta com as forças que tinha. Escalou o pelotão de 27º para sétimo. Sim, ganhou 20 posições e mostrou que ainda é um dos caras que mais entende a pista da jarda de tijolos.

Três jornadas tiveram destaque nos primeiros dois terços de prova. Scott Dixon sempre buscou a liderança e escapou do azar em duas bandeiras amarelas. O neo-zelandês ficou na beirinha de ficar sem gasolina nas duas vezes que o pace car foi acionado, mas escapou e segui na briga da frente. Sempre com cara de dominante.

Também da equipe do ET da Indy, a Ganassi, Tony Kanaan era um monumento à consistência, sempre no ritmo certo, quase nunca assumindo riscos (ok, teve uma roda quase na grama para passar Takuma Sato) e orbitando entre quarto e sexto lugar.

Mas a grande corrida até a volta 130 era de Hélio Castroneves. O cara que sabe tudo de Indianápolis tinha confiança no acerto do carro de mágica renovada que venceu em 2021. Largou em 27º, mas logo escalou para 22º. E foi na pista, com ultrapassagens, apesar do calor não ajudar a aderência dos carros na pista.

Helinho percebeu logo o caminho para as filas da frente e veio recortando, inclusive nas relargadas. Algo que não é tanto do seu feitil, ele se atirou para cima dos rivais e chegou a ganhar duas ou três posições, após os acidentes de Callum Ilott e Romain Grosjean. Estes dois, vítimas de instabilidades já no final das janelas de pits. Talvez com pneus gastos. O primeiro a conferir o muro havia sido um dos favoritos, Rinus Veekay. Que perdeu a traseira e acertou em cheio a mureta.

Castroneves nem queria saber disso e a equipe Meyer Shank Racing também ajudava com pitstops competentes. Quando a corrida virava 100 voltas já era 15º. Mais algumas ultrapassagens e Helinho surgia ameaçador em 11º, logo atrás do companheiro de equipe, Simon Pagenaud.

Lá na frente, as surpresas tinham os nomes de Pato O'Ward, muito forte na McLaren; e Santino Ferrucci. Esse certamente surprendeente e até batendo rodas com os adversários. Conor Daly que o diga.

Uma nova peça do xadrez entrou em jogo com o acidente de Scott McLaughlin. O piloto da Penske se perdeu e quase foi atingido por Ed Carpenter, no que seria uma pancada para lá de assustadora. Foi mais susto, entretanto.

As duas últimas janelas de pit acabaram embaralhadas, com alguns pilotos podendo optar por esticar sua gasolina para algo mais arriscado em busca da vitória. Já tinham naufragado a essa altura a maioria das apostas da equipe Andretti. Colton Herta nunca teve qualquer estabilidade. Alex Rossi ainda tentava atacar o bolo do top 15. Marco Andretti pouco tinha aparecido. Jimmie Johnson teve azar no seu pit e perdeu uma volta com a bandeira amarela. Recuperou a volta, mas do fundo do pelotão tinha dificuldades de avançar.

Rossi, então, decidiu recuperar o dia andrettiano. Fez uma relargada fulminante e voou de 11º para sexto. Chegou a botar roda na grama quando superava Tony Kanaan. Helio perdeu um pouco de impulso, chegou a cair para 12º, mas logo fez ultrapassagens e voltou ao top 10.

A verdade é que, a 30 voltas do fim, Dixon e O'Ward tinham leve favoritismo, mas o 10 primeiros colocados estavam separados por cinco segundos. Era difícil fazer qualquer aposta de vencedor para a edição 106 da maior corrida do planeta.

Daí, na volta 177, Indianápolis fez sua primeira escolha, como diz a mística. Scott Dixon teve problema com uma das rodas no que seria o último pit e teve que voltar para reapertar o parafuso. O dia ideal da Ganassi escorrendo pelos dedos.

Para salvar a equipe, contudo, Marcus Ericsson e Tony Kanaan seguiam na carga. E o sueco patrolou O'Ward e Rosenqvist para ser o líder dos que seguiam a tática convencional. Andretti liderava, mas ainda tendo que parar, à frente de Johnson.

Falando em Johnson, quando Ericsson parecia apontar para uma vitória com folga, o novato de 47 anos acertou o muro. A bandeira amarela juntou todo o pelotão e a corrida ficou aberta novamente. Surgiu a bandeira vermelha e todo mundo ia disparar para a decisão com quatro voltas para a quadriculada.

 


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