Fórmula 1 chega a acerto e erra tudo ao manter poderes das construtoras sobre motores

Fórmula 1 chega a acerto e erra tudo ao manter poderes das construtoras sobre motores

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Domínio da Mercedes pode se estender até 2020. Foto AFP Domínio da Mercedes pode se estender até 2020. Foto AFP


Para o status quo, a reunião do comitê técnico da Fórmula 1 teve o melhor resultado possível. Para as expectativas "esportivas" de disputas mais competitivas, motores emocionantes e equilíbrio entre equipes, as decisões tomadas foram as piores possíveis.

Bernie Ecclestone e Jean Todt pressionaram com a criação de novos motores "independentes" das grandes construtoras, mas cooptaram após as conversas. Os grandões, leia-se Ferrari, Mercedes e Renault, acordaram reduzir o teto de preços do seu fornecimento oficial para as equipes pequenas. Vão cobrar 12 milhões de euros (cerca de 54 milhões de reais) por temporada, contra os atuais 20 milhões.

Em troca de um corte que não chega a resolver a crise financeira de nenhuma Sauber e Force India que o valha, estabilidade completa. Até 2020, os motores turbo com recuperação de energia extremamente sofisticada e regulação estrita do gasto de combustível (sem falar no som de aspirador de pó desafinado) estão confirmados.

Na busca de baixar os custos dos construtores, em 2018, alguns componentes serão "terceirizados" e fornecidos pelo mesmo fabricante a todas as equipes. Baixam custos, mas também reduzem-se as variabilidades entre os carros e a abertura para algum time tentar algo diferente para alcançar a ponta.

Em resumo, Mercedes e Ferrari ganharam o passaporte para, salvo algo muito surpreendente, mandarem e desmandarem no grid da Fórmula 1 nos próximos anos. De quebra, com a estabilidade do regulamento nas próximas quatro temporadas, serão reduzidas drasticamente as variáveis de cada prova.

Explicação: equipes e engenheiros terão cada vez mais o domínio de cada informação pertinente de funcionamento dos carros para cada pista e comportamento de corrida. Anulando, dessa forma, apostas em estratégias diferenciadas, as já raras quebras mecânicas, desgaste de pneus excessivos... Basicamente, a tendência é de corridas cada vez mais calculadas antes de acontecerem, com procissões a cada fim de semana de grande prêmio.

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