Fórmula 1: Verstappen vence GP do Canadá, iguala Senna, mas vê Alonso mais próximo

Fórmula 1: Verstappen vence GP do Canadá, iguala Senna, mas vê Alonso mais próximo

Espanhol era o mais rápido no stint final, mas problema da Aston Martin impediu ataque

Bernardo Bercht

Problemas da Aston impediram ataque ao holandês

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O GP do Canadá não foi maluco como é tradição, mas teve bastante intriga, algumas ultrapassagens e a vitória com menos sobras de Max Verstappen na temporada. A Red Bull voltou a dominar com o holandês, mas dessa vez chegou à alça de mira da Aston Martin de Fernando Alonso. O espanhol cruzou em segundo, mas teve que administra um problema de aquecimento de freios e consumo por metade da prova. Lewis Hamilton confirmou a evolução da Mercedes em terceiro.

A largada, por sinal, foi de Hamilton, que pulou para segundo e até tentou pressionar Verstappen. George Russell tentou incomodar Alonso, mas o espanhol depois de fechar a porta duas vezes se consolidou em terceiro.

No meio do pelotão, Sérgio Perez e Carlos Sainz, que não teriam protagonismo na corrida, tiveram seu showzinho. A dupla trocou tinta durante uma volta inteira, cada um na frente durante breve período, até que a Ferrari prevaleceu. No mesmo movimento, Kevin Magnussen perdeu o ponto de freada e teve que ir para a saída de escape para não encher a traseira da Red Bull.

Na oitava volta Logan Sargeant deu tchau para o Canadá com problemas na sua Williams. Não fez muita falta e seu safety car virtual também não fez muita diferença. Na luta do top 3, Alonso pressionava Hamilton, mas a Mercedes era melhor no retão e mesmo com DRS o espanhol tinha dificuldades para passar.

Ao cruzar da volta 10, Piastri fez linda manobra com a McLaren para passar Nico Hulkenberg, que desabava com a Haas novamente fora da janela dos pneus em corrida. Logo a seguir, desastre para Russell. O britânico tentava colocar pressão em Alonso mas exagerou na zebra e teve o carro arremessado no muro, danificando assoalho e furando o pneu traseiro. Safety car pela quantidade de detritos na pista. A sorte dos líderes é que todos os três ainda não tinham passado os pits e conseguiram fazer a troca sem perder tempo.

A Mercedes também remendou o carro de Russell, que voltou no fim do pelotão. Nas trocas, Hamilton saiu muito próximo de Alonso, que reclamou ter de frear para não bater na Mercedes. Sem punição, o VAR mandou seguir, contudo.

A relargada teve Hamilton no cangote de Max, mas a Mercedes distracionou impedindo um ataque efetivo. Quando todo mundo estava de pneus duros, a Aston Martin acordou e tinha claro rendimento melhor que a Mercedes. Aí sim, Alonso conseguiu tracionar melhor no grampo, pegar o vácuo no retão e passar rente ao muro dos campeões para ser segundo. Em primeiro, Verstappen não conseguia tirar muita diferença da dupla.

Enquanto isso, a Ferrari, Esteban Ocon e Alex Albon apostavam em parar uma vez só. Sainz reclamou um pouco que tinha mais ação que Leclerc, mas a equipe mandou se aquietar e ambos mantiveram o ritmo para não destruírem os pneus. Lá na rabeira, Nick De Vries iniciou o que seria bela manobra sobre Magnussen, mas o dinamarquês bateu rodas, fechou. Russell aproveitou para passar os dois. Na curva seguinte, De Vries perdeu a paciência e a freada, mandando AlphaTauri e Haas para fora da pista. Quase comédia pastelão, com a dupla voltando de ré no meio do tráfego.

As janelas de pit convergiram e quem ia parar só uma foi trocar de pneus novos quase junto com os líderes em duas paradas. A novidade da rodada é que Alonso apostou em pneus duros, contra médios de Verstappen e Hamilton. E desde o começo da janela o mais rápido parecia ser o piloto da Aston Martin, de novo bem habituada aos compostos mais resistentes.

Alonso chegou a reduzir a diferença para Max de 7 segundos para 4,5s, só que de repente tirou o pé. Na volta seguinte, entrou no rádio perguntando quando precisava tirar o pé e conservar e quando podia acelerar. A Aston Martin estava superaquecendo os freios e ainda seguia no limite do consumo de combustível. "Eu quero ganhar essa corrida", frisou Alonso confiante, mas o problema acabou tirando a chance de uma briga pela ponta.

Hamilton tentou aproveitar e chegou a reduzir a diferença para Alonso a 1,3s. Só que o pneu médio da Mercedes acabou mais cedo e as posições acabaram se consolidando. Russell a essa altura tinha voltado aos pontos, mas os freios cozinharam de vez e por segurança o time recolheu a sua Mercedes.

A principal luta da reta final era de Lando Norris com Alex Albon e Esteban Ocon. O piloto da McLaren fez de tudo para passar. Ele tinha que abrir 5s para o grupo na esperança de fazer pontos. Até o fim ele sentou no aerofólio de Ocon, mas não teve jeito.

A quadriculada teve vitória de ponta a ponta de Verstappen, com Alonso cruzando 9,5s atrás na capenga e rápida Aston Martin. Hamilton completou o pódio. As duas Ferrari fecharam em formação na melhor corrida em muito tempo, mas ainda longe das expectativas. O sexto foi o apagadíssimo Sérgio Perez, seguido do brilhante Albon na Williams. Ocon foi oitavo, enquanto Lance Stroll herdou dois pontinhos com a punição de Norris. Valtteri Bottas perdeu a posição para o canadense, por sinal, na bandeirada por 0s030! Ainda assim, descolou um pontinho para a Alfa Romeo.


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