Haas mostra F1 real para 2022 e mescla ideias de Ferrari e Aston Martin

A Haas F1 finalmente mostrou o verdadeiro VF22, ao fazer seu shakedown na pista de Barcelona, nesta segunda-feira. O modelo destoa um tanto dos rivais, tanto pelas soluções, quanto pelo fato de ser muito esquisito. O detalhamento aerodinâmico de alguns segmentos do projeto com assessoria de Dallara e Ferrari, contudo, é bem interessante e denota o trabalho do time ao abdicar do ano de 2021 para focar no novo regulamento.

A dianteira tem uma proposta similar à da Aston Martin, com uma asa bastante elevada e um ângulo de ataque quase neutro. A ideia é deixar passar o máximo de ar sob o aerofólio para alimentar o assoalho e o difusor gerador de downforce no efeito solo.

Mais adiante, as laterais chamam a atenção por serem bem mais convencionais do que o modelo fake apresentado lá na semana passada. As aberturas são largas como as da Ferrari, mas bem mais altas. A parte lateral é muito parecida com a da Scuderia, talvez alguma necessidade de instalação dos radiadores do propulsor italiano.

Na parte superior, contudo, a Haas não tem os vales esculpidos utilizados pela turma de Maranello. Adotou as guelras de Tubarão, mas num desenho que começa ao lado do cockpit e se estende apenas até a metade da carenagem do motor. O santantônio é uma cópia do que a Ferrari utilizou, inclusive com as aletas laterais.

É nos pequenos detalhes que um projeto até então comum da Haas se destaca. Os retrovisores são vazados e tem dutos que levam o ar para algum lugar importante. A barbatana de tubarão sobre o motor é desacoplada, com uma fixação muito minimalista e toda uma área vazada embaixo dela. Isso permitiu colocar uma grela de refrigeração (ou aerodinâmica) sobre os dutos de escapamento.

No assoalho, o elemento mais importante de 2022, também houve trabalho. No segmento próximo à roda traseira, duas aletas direcionam o fluxo, parte para o aerofólio inferior e parte ao redor da roda para diminuir a turbulência. A asa, em si, lembra o desenho da Mercedes, com um formato em W, ao contrário do formato em V, mais utilizado até aqui.

No geral, é o grande esforço do time norte-americano para retomar competitividade. Não parece ter alguma ideia mirabolante, mas deve ser suficiente para Mick Schumacher e Nikita Mazepin ao menos não correrem sozinhos longe do pelotão.