Hamilton supera chuva no deserto e duelo com Vettel para vencer

Hamilton supera chuva no deserto e duelo com Vettel para vencer

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Hulk protagonizou o susto do dia, virado de cabeça para baixo


O alemão passou na primeira perna da chicane do segundo setor, só que Grosjean manteve a disputa, Hulkenberg fechou a porta muito cedo e tocaram rodas. Seu carro foi lançado para o alto e capotou duas vezes antes de parar de cabeça para baixo, com chamas saindo do motor. Um baita susto, mas o resgate chegou e desvirou o Renault para Hulk sair. Veio o safety car.

Na relargada, Verstappen foi para cima de Esteban Ocon com um chega para lá vigoroso. O francês evitou acidente, senão até uma capotagem prometia dada a trajetória direta do holandês. Lá na frente, Vettel e Raikkonen perseguiam Valtteri Bottas, com Charles Leclerc na cola de ambos. O finlandês da Ferrari se despediu mais cedo da equipe ao abandonar em plena reta com falha no motor.

O safety car virtual fez vários pilotos apostarem num pit-stop prematuro para tentar ir até o fim com pneus mais resistentes. Hamilton foi um deles, o que gerou expectativa sobre os duelos táticos com Ferrari e Red Bull.

No retorno, as batalhas se espalharam pelo meio do pelotão, com direito a mais uma decolagem, quando Grosjean bateu na roda de Ocon. Essa, porém, sem capotar e ambos seguiram na prova. Lá atrás, Fernando Alonso tentava esticar seu pit o mais longe para ter chance de pontos na sua derradeira corrida com a McLaren. Parecia funcionar e chegou a subir para nono, mas ainda devendo pit-stop.

Outro que fez durar os pneus foi Daniel Ricciardo, o que lhe rendeu o direito de liderar algumas voltas à frente de Hamilton. Aí, o impensável aconteceu. Choveu em pleno deserto dos Emirados Árabes. Uma chuva razoável, para complicar a vida da pilotada. Ninguém parou para trocar pneus por causa do calor. A temperatura evitou que água acumulasse no asfalto e todos se equilibraram como podiam.

A essas alturas, as duas Red Bull zuniam nos ouvidos de Valtteri Bottas, fazendo mais uma prova apagada na Mercedes. Verstappen, para variar sem qualquer paciência, se jogou por fora, tocou rodas com o finlandês e foi embora destilando fumaça. Elegante, Ricciardo freou com precisão na volta seguinte e superou a Mercedes sem maiores dramas.

Com pneus bem mais novos, Vettel fazia de tudo para chegar em Hamilton. A diferença chegou a cair para quatro segundos, com o britânico segurando pneus de mais de 40 voltas. Na turma do fundão, Vandoorne, Grosjean e Ocon protagonizaram um duelo triplo de arrepiar. O piloto da Haas tentou passar a McLaren, que preparou um xis. Com mais velocidade, Ocon arrancou para cima de ambos. Só que Vandoorne manteve a trajetória interna e retomou a posição dos outros dois carros. E nenhum dos encrenceiros bateu!

Daí por diante, a torcida era para Alonso, em 11º, garantir um pontinho na perseguição a Kevin Magnussen. Teve até um momento hilário no rádio, quando o engenheiro pediu para o espanhol batalhar pelo ponto. "Rapaz, eu tenho mais de 1.800 pontos...", ironizou Alonso. Mas ele tentou. Descontou para menos de um segundo, mas errou uma freada, atravessando a curva. A FIA aplicou uma penalidade de cinco segundos, um banho de água fria sobre o duelo.

Ao final, vitória de Hamilton, com Vettel em segundo e Verstappen fechando o pódio. Para fechar numa foto histórica, Hamilton, Vettel e Alonso se juntaram para uma coreografia de zerinhos. Onze títulos mundiais reunidos para homenagear o esporte a motor.

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