Josef Newgarden vence 500 Milhas de Indianápolis com ataque avassalador na volta final

Josef Newgarden vence 500 Milhas de Indianápolis com ataque avassalador na volta final

Norte-americano superou vencedor de 2022 numa corrida cheia de alternativas de acidentes

Bernardo Bercht

Norte-americano atropelou no fim para entrar na história da 500

publicidade

Josef Newgarden foi literalmente para a galera e é um dos novos membros do panteão das 500 Milhas de Indianápolis, neste domingo. O norte-americano levou a melhor em uma prova maluca e cheia de alternativas. Mas com um movimento cirúrgico que garantiu sua maior vitória da carreira e a supremacia da Penske contra a Ganassi de Marcus Ericsson.

- Veja o resultado

Os brasileiros tiveram corridas opostas até encerrar no fim do pelotão. Hélio Castroneves viu um pitstop extra comprometer sua corrida, ao ter muita vibração nos pneus. Ainda assim, se recuperou e escalou até o 15º lugar na bandeirada. Tony Kanaan começou forte e ocupou o top ten durante toda a primeira metade da corrida. Depois, contudo, o acerto do carro foi ficando mais traseiro e, com pouca estabilidade, escorregou até a 16ª posição.

A primeira metade da corrida indicava a divisão de forças entre Alex Palou e as McLaren de Felix Rosenqvist e Pato O'Ward; além da Carpenter de Rinus Veekay. Na verdade era o espanhol da Ganassi que comandava as ações, trocando de quando em quando os lugares com Veekay para economizar combustível.

Na janela de pits, gente como Dixon, Sato e Castroneves anteciparam suas paradas por conta dos pneus com vibração. Palou veio em seguida, mas ainda tinha a dianteira, seguido de perto pela Carpenter e as McLaren em formação.

Só que a disputa de meia corrida entre espanhol e holandês acabou em lágrimas. Nos pits, Palou levou um encontrão do degovernado Veekay, o que atrapalhou a corrida de ambos. O carro do espanhol precisou de reparos, inclusive a troca de bico. Mas o prejuízo maior foi do holandês, que não teve ritmo para escalar o pelotão na mesma proporção.

O piloto da Ganassi, entretanto, mostrou toda a força da equipe recortando o pelotão como se fosse uma corrida de classe diferente. Logo atropelou de 28º para nono em cerca de 20 voltas e na volta 148 já aparecia como candidato ao primeiro lugar.

Lá na frente, porém, Marcus Ericsson, Josef Newgarden e Felix Rosenqvist puxavam a fila com Ganassi, Penske e McLaren, todos de olho na vitória já no quarto final de corrida.

Veio então bandeira amarela para bagunçar as estratégias. Grosjean bateu sozinho na Curva 2. Os sete primeiros colocados ficaram na pista, na janela normal de estratégia, enquanto Pato O'Ward e Takuma Sato puxavam a fila dos que tentaram empurrar sua última parada para um splash and go no final.

Na relargada, Ferrucci atacou com tudo e foi para a ponta, liderou com força até seu pit. Aí a equipe Foyt fez bobagem na troca, deixou um pneu escapar e ele foi para o fim da turma da frente.

A batalha era entre Newgarden, Ericsson e Rosenqvist, com muita tinta trocada e os dois suecos puxando a fila. Só que o piloto da McLaren acabou tomando um passão de Newgarden, se perdeu no vácuo e acertou o muro. Desgovernado, atingiu o carro de Kyle Kirkwood, que encheu a parede e capotou. Uma das rodas ainda voou perigosamente sobre a cerca e danificou um carro no estacionamento.

A essa altura, Pato O'Ward havia assumido a ponta com pneus bem mais novos e muita ação. Depois da paralisação de bandeira vermelha para reparos na pista, Pato puxou o pelotão, só que sofreu o bote de Ericsson. Melhor ainda, Newgarden atropelou por fora e assumiu a liderança. Pato se enfureceu, veio com tudo por dentro. Ericsson espremeu, fechou a porta, o mexicano perdeu o controle e voou no muro. O favorito acabava com suas chances na afobação.

Pista limpa, nova largada, que acabou na primeira curva. Ericsson e Ferrucci superaram Newgarden, só que lá atrás Benjamin Pedersen e Ed Carpenter se espremeram com Marco Andretti, com os dois anteriores batendo nos muros externo e interno em plena linha de chegada. Nova interrupção e a garantia de uma última relargada para decidir tudo... Ou nada.

Foi tudo para Josef Newgarden, norte-americano do Tenessee. Na relargada ele escolheu ignorar o zigue-zague além da pista de Ericsson para atacar na reta oposta. Pegou o vácuo com muito gás e se atirou por fora. Ao apontar para a bandeirada, ele é que fez zigue-zague e evitou ataques do adversário da Ganassi para entrar para a história.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895