Novo Alpine A524 segue ideias da Red Bull e tenta sair da medíocridade na Fórmula 1

Novo Alpine A524 segue ideias da Red Bull e tenta sair da medíocridade na Fórmula 1

Time francês manteve frente volumosa e suspensão convencional no carro de Esteban Ocon e Pierre Gasly

Correio do Povo

Time adotou cor preta prioritária, para poupar peso

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Saiu mais um carro do forno para a temporada 2024 da Fórmula 1, e este fala francês e tenta superar crises tal qual o presidente Emmanuel Macron! A Alpine apresentou seu A524 nesta quarta-feira e seus projetistas Matt Harmann e Dirk de Beer tem a espinhosa missão de sair da mediocridade. O time emprestou várias ideias da Red Bull, como esperado, mas não mergulhou muito fundo e manteve alguns dos seus conceitos, além de usar outros da McLaren do começo de 2023 (sim, aquela que parecia um caixote de tão lenta nas retas...)

Além de adotar o pretinho básico, que parece regra na estação para poupar peso com menos partes do carro pintadas ou adesivadas, a Alpine manteve sua ideia na comissão de frente, que só ela utilizou no ano passado: um enorme, achatado e largo nariz, gerando bastante carga aerodinâmica na dianteira às custas de arrasto aerodinâmico e menos ar de qualidade para os túneis de venturi do assoalho, que geram o cobiçado efeito solo.

| Foto: Alpine / Divulgação CP

É um truque que parece só De Beer conhece, pois a Aston Martin usou esse conceito no desastroso carro de 2022 e o Alpine de 2023 não gerou grandes manchetes. Aparentemente eles precisam dessa carga dianteira para reduzir a tendência do carro a sair de frente, ajudando os pilotos a entrarem nas curvas.

A suspensão manteve o funcionamento push-rod, mais convencional, mas que impede de aproveitar ao máximo o estilo Red Bull que a Alpine tenta emular. A Sauber, por exemplo, já seguiu a turma dos energéticos. Ainda assim, Harmann e companhia aumentaram o ângulo e a altura do conjunto de braços de suspensão para canalizar melhor os fluxos para longe dos pneus e o assoalho.

| Foto: Alpine / Divulgação CP

Seguimos para as laterais e dá para ver um estilo primitivo do "canhão Red Bull", mas sem a mesma agressividade na espessura e ângulo de ataque. É nesse ponto que lembra a McLaren do começo de 2023. É bem curioso que a Alpine adota conceitos que fracassaram bastante com Aston Martin e McLaren. Mas para eles, até que funcionou por enquanto...

Os canais superiores seguem, agora mais profundos, misturando as ideais de Ferrari e Aston Martin. Para compensar o estreitamento das laterais, a Alpine teve que subir mais elementos para o centro do carro, retomando aquela aparência "corcunda", do seus carros de 21 e 22. O prejuízo é ter menos área nobre para o ar correr sobre as laterais, reduzindo a velocidade também do ar que passa sobre o assoalho, afinal é aquele efeito "asa de avião" invertida. Ainda assim, o maior ângulo de ataque e espaço sob a lateral vai garantir um efeito selante bem mais competente do que o A523.

/Lá atrás, a Alpine também tentou emular o efeito de "asa móvel tripla" do RB19, com os "beam wings", aquelas aletas entre o aerofólio e o difusor, usando um ângulo de ataque bem mais acentuado e formando uma linha continua com as aletas do assoalho. Por fim, é possível notar que o sistema de escapamento tem um ângulo mais reto, sem curvas ou desvios. Isso vai permitir uma saída dos gases do motor mais rápida, rendendo alguns cavalinhos para o defasado motor Renault.

Enfim, o novo Alpine não tem cara de muito mais que líder do meio do grid. Esteban Ocon e Pierre Gasly vão ter que torcer para algum segredo que não está às vistas, caso aumegem mais que um ou outro pódio em 2024.

| Foto: Alpine / Divulgação CP

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