Protótipo Sigma da MC Tubarão vence os 500 km de São Paulo, em Interlagos

Protótipo Sigma da MC Tubarão vence os 500 km de São Paulo, em Interlagos

Equipe do RS largou na pole e recuperou a ponta antes de paralisação da prova por conta da chuva

Correio do Povo

Equipe de Campo Bom superou boas disputas na primeira vitória do seu protótipo

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Um protótipo e uma equipe do Rio Grande do Sul venceram, nesse domingo, os 500 Quilômetros de São Paulo. A 38ª edição da prova em Interlagos teve no degrau mais alto do pódio o trio Tiel Andrade / Paulo Sousa / Marcelo Vianna, com o protótipo Sigma-Ford da MC Tubarão, de Campo Bom.

O carro largou na pole-position, mas só conseguiu definir a vitória  nas voltas finais da competição, encerrada com 101 voltas, 15 a menos que o programado por causa das condições meteorológicas. Completaram o pódio na classificação geral o time formado por Eduardo Souza/Leandro Totti/Marcelo Henriques (MRX-Audi turbo) e a dupla Rick Bonadio/Rodrigo Pacheco (Mercedes Benz AMG GT4, categoria Força Livre). Nas demais categorias, foram vencedores Guga Ghizzo/José Villela Neto/Leo Yoshi (MRX-Honda, P2 Light) Luiz Abbade/Alejandro “El Príncipe” Cignetti (Spyder VW, P3) Rafael Kasai/Vinicius Salva/Otávio Camarcio (Chevrolet Celta 2.0, Turismo 2.0) e Luiz Finotti/Kaio Dias/Fabiano Gaspari (VW Passat 1.6, Turismo 1.6).

A largada dos 500 Km, originalmente prevista para as 14h, aconteceu com ligeiro atraso em decorrência de acidentes ocorridos em provas preliminares. A previsão era que as 116 voltas previstas seriam percorridas em cerca de três horas e meia, mas no briefing com os pilotos o diretor de prova Bruno Cabral adiantou a possibilidade de a prova ser encerrada antes do percurso total ser completado: “Eu mencionei isso aos pilotos, mas independente de ter sido falado ou não, o encerramento antes do previsto era uma questão de segurança. Se eu entendo que não há segurança por falta de luminosidade natural, isso me permite encerrar a competição”.

Dada com céu nublado e pista seca, a largada confirmou a expectativa de uma boa disputa entre os três primeiros colocados no grid, com o MRX-Audi turbo superando o Tubarão antes do S do Senna para assumir a liderança. O ABS01-Chevrolet de Ney Faustini/Ney de Sá Faustini, terceiro colocado no grid, assumiu o segundo lugar na segunda volta, mas abandonou logo em seguida por quebra do motor. O MRX-Honda também liderou algumas voltas na primeira fase da prova. Minutos depois, começou uma garoa que a cada volta umedecia um trecho diferente da pista, criando um desafio extra para os pilotos.

Ao fazer um pit stop na volta 56, o MRX-Audi teve um parafuso de roda preso e perdeu muito tempo no box, caindo para o quarto lugar. Pouco depois, a chuva aumentou o suficiente para molhar toda a pista. Nessa altura, o MRX-Audi já havia subido para a terceira posição, atrás do Tubarão Sigma e do MRX-Opel de José Tinoco/Ricardo Furquim. Na volta 89, a direção de prova acionou o safety car para remover dois carros que haviam parado na pista (um deles, o MRX-Opel). Aproveitando a vantagem de uma volta sobre o MRX-Audi, a equipe MC Tubarão chamou seu carro ao box para colocar pneus de chuva novos e trocar de piloto, com Tiel Andrade dando lugar a Marcelo Vianna. A direção de prova já havia estabelecido o horário limite das 18 horas para dar a bandeirada, independentemente do número de voltas percorridas pelos líderes.

Na relargada, o MRX-Audi tomou a liderança do Tubarão. Começou então uma disputa emocionante pela vitória, interrompida momentaneamente com outro período de safety car para remover o Spyder-VW número 75, que havia parado na entrada da Reta Oposta. Após a última relargada, o Tubarão Sigma e o MRX-Audi desceram a Reta Oposta lado a lado antes de Vianna assumir a liderança em definitivo.

Esta foi a primeira vitória de equipe e pilotos gaúchos em 39 edições dos 500 Km de São Paulo. Carlos Geison de Andrade, o Né, chefe da equipe gaúcha MC Tubarão, não escondia o alívio depois da corrida: “Quando começou a chuva, a gente tentou andar de slick, até que não tinha mais segurança. Paramos e trocamos para pneus de chuva, mas não tivemos tempo de treinar com o pneu e a altura do carro não estava certa. Tivemos que mexer nisso e perdemos mais 40 segundos. Ainda tínhamos mais uma parada, mas entramos com pneus certos e altura certa e conseguimos boa performance do carro. A gente vinha sofrendo muito desde o começo do ano, tivemos quebras, e até a semana passada a gente não ia correr nos 500 Km. Mas depois ponderei que esta seria a única corrida do ano em que a gente poderia mostrar a que o carro veio. E deu certo! Está todo mundo de parabéns”.

Projeto desenvolvido pela Sigma Engenharia, o protótipo usado pela MC Tubarão foi bastante modificado pelo time baseado em Campo Bom a partir do fim de 2021 e estreou nas pistas na abertura do Campeonato Brasileiro de Endurance de 2022. Após alguns abandonos nesse torneio, o modelo conquistou a pole position dos 500 Km de São Paulo. O spyder projetado para receber motor V8 agora é impulsionado por um Ford Duratec 2.0 turbo de quatro cilindros e já mostra evolução marcante. Além disso, o gaúcho Paulo Sousa praticamente só pilotou o carro na corrida, como ele explica: “Posso dizer que estreei com o Tubarão XI na corrida. Nos treinos, completei apenas uma volta por causa de um problema de câmbio. Eu tenho alguma experiência com protótipos e isso me ajudou. O carro é muito dócil de guiar e não tive problemas em me adaptar a esse modelo, que está cada vez mais competitivo”.

Tiel Andrade, piloto e um dos líderes da equipe, acredita que ainda há trabalho pela frente: “O nosso carro ainda tem um pouco de deficiência no seco, por ser um carro muito mole de chão, só que o acerto de suspensão que tínhamos no seco ficou perfeito na pista molhada. Meu stint foi a parte mais chata da corrida, mas eu só tive que manter o carro na pista e entregar o carro inteiro para o Marcelo”.

O paulista Marcelo Vianna já conhecia o Tubarão Sigma em outras provas e revelou mais detalhes sobre como a prova foi decidida: “O Paulo fez um primeiro stint fantástico e na janela do Tiel tivemos que fazer duas paradas imprevistas, uma por combustível e outra para colocar pneus de chuva. Quando eu peguei o carro, voltamos em segundo e foi aquela pauleira. Não foi uma prova fácil, mas foi um resultado merecido e mostra que o carro evoluiu bastante. Está mais fácil de guiar e contornando melhor as curvas. Daqui para a frente, vai melhorar muito mais”.

O time da LT Racing Team, classificado em segundo lugar na classificação geral, liderou a prova por várias voltas, sofreu um acidente na entrada da reta principal, recuperou duas voltas de diferença para o líder e nas voltas finais voltou a pontear o pelotão, à frente do Tubarão Sigma. Marcelo Henriques, um dos pilotos do trio que ficou em segundo lugar, elogiou o trabalho da LT Racing, liderada pelo experiente Leandro Totti, e explica o motivo da rodada ao iniciar seu stint: “Corridas são corridas. Em nossa última parada, nós conseguimos recuperar a liderança e o Totti acelerou muito, apesar de estar com pneus slick e nosso adversário com pneus de chuva. Infelizmente a corrida foi interrompida antes por problemas de luminosidade e acabamos em segundo. De qualquer forma, nossa equipe fez um excelente trabalho e todos estão de par


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